Veto de reajuste vai afetar profissionais de saúde, diz deputado

“Não se tratava de reajuste para servidores, mas a possibilidade de fazê-lo para categorias envolvidas com o combate ao coronavírus”, afirmou Márcio Jerry

Vice-líder do PCdoB, o deputado federal Márcio Jerry (MA) fez um alerta sobre as consequências a decisão do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) de impor o congelamento de salários de servidores. Na noite da última quinta-feira (20), o governo conseguiu reverter a decisão de senadores que tentaram derrubar os vetos do presidente e manteve a proibição de reajustes até o fim de 2021 na lei que prevê o repasse de R$ 60 bilhões a estados e municípios.

“’Reajuste de salários para servidores públicos’. Foi isso que o Congresso aprovou, Bolsonaro vetou e o mesmo Congresso manteve o veto, certo? Errado! Não se tratava de reajuste para servidores, mas a possibilidade de fazê-lo para categorias envolvidas com o combate ao coronavírus”, explicou o parlamentar, que votou pela derruba da proposta de Bolsonaro.

A proibição de aumentos e contagem de tempo até 31 de dezembro de 2021 foi exigida pela Lei Complementar 173, de 2020, em troca do socorro financeiro de R$ 125 bilhões a estados e municípios em razão da pandemia de covid-19. Do total, R$ 60 bilhões são repasses financeiros diretos e o restante tem a forma de renegociações de dívidas com a União.

Além do veto para impedir o benefício aos trabalhadores, Jair Bolsonaro também impôs vetos para impedir a suspensão do pagamento das dívidas com bancos e organismos internacionais por estados e municípios afetados pela crise econômica.

Dados divulgados no início de agosto mostram o número de profissionais de saúde infectados pela Covid-19 segue crescendo no Brasil. Ao todo, 80 mil técnicos de enfermagem já ficaram doentes, 34 mil enfermeiros e 25 mil médicos foram infectados pelo coronavírus. No total, 305 técnicos, 195 médicos e 169 enfermeiros morreram por conta da doença até o momento, de acordo com o ministério da Saúde.