Privatização: Governo Doria quer vender tudo e acabar com a CDHU
É o maior desfalque já feito ao patrimônio público do estado de São Paulo
Publicado 17/08/2020 11:35 | Editado 17/08/2020 11:36

O governador João Doria (PSDB-SP) enviou na quarta-feira (12) um novo pacote para extinção de empresas públicas. São dez estatais ameaçadas, das áreas de saúde, transporte, habitação, terras e meio ambiente – como a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU)
É o maior desfalque já feito ao patrimônio público do estado de São Paulo. Tal qual Ricardo Sales – ex-secretário estadual do Meio Ambiente (governo Alckmin) e atual ministro bolsonarista dessa mesma área –, Doria avaliou que a pandemia é o momento de passar a boiada!
Choca ao povo paulista e aos movimentos de moradia a extinção de uma empresa do porte da CDHU, com mais de 50 anos e uma produção de mais de meio milhão de habitações, sobretudo para baixa renda (90%). É uma empresa que cumpre um importante papel na redução das desigualdades e do déficit habitacional, financiando habitação de interesse social.
É verdade que os últimos governos não priorizaram programas habitacionais em parceria com os movimentos, mas, sim, com o mercado ou as prefeituras. Ainda assim, a CDHU é imprescindível para democratização do acesso a moradia em todas as regiões do estado, incrementando tecnologias ambientais que reduzem consumo de água e energia.
Além de habitação, a CDHU também produz urbanização, infraestrutura, requalificação urbana e recuperação ambiental, melhorando as condições de moradia de milhares de pessoas. Seus programas e seus profissionais garantiram à empresa reconhecimento e prêmios internacionais, como o “Selo Mérito 2017” e o “Prêmio Lúcio Costa”.
O fim da CDHU significa o abandono de milhões de trabalhadores de baixa renda, que aumentarão ainda mais o déficit habitacional paulista. O resultado da irresponsabilidade do governo Doria será o aumento das ocupações, o comprometimento de áreas de mananciais, moradias em áreas de risco e o aumento abusivo dos aluguéis. Além de tudo, este pacote levará ao desemprego 5,6 mil funcionários públicos e 6 mil trabalhadores celetista.
Em defesa da moradia popular! Não à extinção da CDHU!