DEM e MDB racham Centrão e anunciam saída do bloco ligado a Bolsonaro

Os dois partidos teriam se irritado com a tentativa do deputado Arthur Lira de retirar da pauta a PEC do Fundeb

O DEM e o MDB, que já vinham atuando de forma independente em apoio ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vão oficializar nos próximos dias a saída do bloco Centrão, liderado pelo deputado Arthur Lira (Progressistas-AL), que tentou, junto com o governo Bolsonaro, retirar de pauta a PEC (proposta de emenda à Constituição) do Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica), aprovada semana passada.

Segundo o Estadão, essa estratégia de Arthur Lira irritou os dois partidos. “Isso foi bem simbólico e a gente entendeu que era hora, realmente, de partir em linha própria”, afirmou o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB). Como estão formalmente ligados ao bloco, os parlamentares das duas legendas estavam a reboque da orientação da liderança.

O alinhamento de Lira com Bolsonaro, dando as cartas sobre indicações para cargos no Executivo, acirrou a divisão e reforçou a decisão do desembarque. “Nós temos total independência. Então, não vamos a reboque de ninguém”, argumentou o líder do MDB na Casa, Baleia Rossi (SP).

Na avaliação do jornal paulista, a aproximação do Centrão com o presidente Jair Bolsonaro e a disputa pelo comando da Câmara, marcada para fevereiro de 2021, racharam o “blocão”. Juntos, DEM e MDB têm 63 deputados.

“Agora, os dois terão autonomia em posicionamentos formais da Câmara, como na apresentação de requerimentos para votação de emendas em projetos de lei, pedidos para acelerar determinadas votações e até para solicitar a retirada de alguma proposta da pauta”, destacou o jornal.

Eleições da Câmara

A alteração na formação dos blocos vai influenciar diretamente no processo de disputa pelo comando da Casa. Analistas avaliam que Maia está se consolidando como uma das principais lideranças políticas do país, sendo figura central na definição da pauta e agenda política.

Essa posição de destaque lhe garante as condições de influenciar na escolha do seu sucessor nas eleições de fevereiro de 2021. Três grupos políticos estão bem definidos para essa disputa: o bloco do Centrão, os independentes que atuam junto com Maia, e os partidos de esquerda.

Segundo os analistas, Maia trabalha para ter o apoio dos partidos de esquerda nesse processo. Colocar em pauta assunto como Fundeb aponta nessa direção.

Com informações do Estadão

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