Rodrigo Maia: Queda da economia será pior se crédito continuar travado

Governo federal ainda não conseguiu fazer crédito chegar a micro e pequenos empresários.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia - Foto Maryanna Oliveira/Agência Câmara

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta segunda-feira (29) que se o crédito não chegar às empresas, sobretudo às micro, pequenas e médias empresas, a queda da economia brasileira será pior do que a que vem sendo projetada.

Vários economistas preveem que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrará queda em torno de 6,5% em 2020 devido à pandemia do novo coronavírus. Na última semana, no entanto, o Fundo Monetário Internacional (FMI) estimou uma queda ainda mais acentuada para a atividade econômica brasileira, de 9,1%.

Durante evento promovido pelo jornal O Globo, Rodrigo Maia afirmou que é preciso encontrar uma solução para que os recursos cheguem às empresas. Ele defendeu um “ponto de equilíbrio” entre os setores produtivo e financeiro, e a ampliação do diálogo com os bancos para que eles tenham uma participação maior na elaboração das leis.

“O que temos feito, junto com a equipe econômica é ouvir as empresas e o sistema financeiro para encontrar um ponto de equilíbrio. Se você olhar o mercado financeiro, eles têm uma visão, se você olhar o setor produtivo, tem outra visão. Temos que ver um ponto de equilíbrio para que todos contribuam”, disse o presidente.

“Os bancos têm renovado o crédito, mas na pequena média e micro não tem chegado o dinheiro, e isso vai gerar um volume maior de demandas no Judiciário no segundo momento”, disse Maia. De acordo com o presidente, após a pandemia o Judiciário terá um papel decisivo, principalmente nos litígios que vão ocorrer em razão da crise econômica.

Em matéria publicada na sexta-feira (26), o Portal Vermelho mostrou que, passados mais de 100 dias desde o início das restrições impostas pela pandemia, o governo federal ainda não conseguiu fazer o crédito chegar às mãos de quem precisa.

A Medida Provisória (MP) 975, que garante crédito para empresas com receita bruta anual entre R$ 360 mil e R$ 300 milhões, só foi editada no início de junho. Já a lei 13.999/2020, que institui o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) só foi sancionada por Jair Bolsonaro quase três meses após a aprovação no Congresso Nacional.

Mesmo com medidas como as descritas acima, no entanto, pequenos e microempresários têm relatado excesso de exigências para liberação do crédito, especialmente nos bancos privados.

Com informações da Agência Câmara

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