Rejeição a Bolsonaro vai a 47%; auxílio emergencial contém sangria

Combinação de taxas de aprovação em grupos demográficos menos favorecidos tem sido muito relevante para Bolsonaro segurar sua popularidade numa faixa de um terço do eleitorado

A rejeição à gestão Jair Bolsonaro cresceu, em duas semanas, de 44% para 47%. É o que aponta a nova pesquisa DataPoder360, divulgada nesta terça-feira (16). Apesar das tentativas do governo – e, em especial, do ministro da Economia, Paulo Guedes – de sabotar o auxílio emergencial, a sangria bolsonarista só não é maior justamente por causa dessa iniciativa. O auxílio – uma renda básica proposta e conquistada pela oposição – é pago durante a vigência da pandemia do novo coronavírus.

No geral, a aprovação do governo segue baixa – em 28%. Porém, a taxa é maior (e acima da margem de erro) em dois grupos: entre desempregados ou sem renda fixa (33%) e entre brasileiros que recebem o auxílio emergencial de R$ 600 (34%).

A combinação de taxas de aprovação em grupos demográficos menos favorecidos tem sido muito relevante para Bolsonaro segurar sua popularidade numa faixa de um terço do eleitorado. Em outros níveis de renda, o segundo melhor desempenho de Bolsonaro fica entre os que recebem até dois salários mínimos. Mas, nesse recorte, o percentual de avaliação positiva fica em 25%, oito pontos a menos que o grupo dos mais pobres.

Nos grupos de maior renda, a avaliação do governo como “bom” ou “ótimo” segue trajetória de queda. A percepção positiva sobre o governo entre os que recebem de cinco a dez salários mínimos caiu significativamente. Na pesquisa de 27 a 29 de abril, a aprovação de Bolsonaro por esse grupo era de 40%. Agora, está em 15%, 25 pontos percentuais a menos. Apesar disso, esse grupo tem impacto pouco significativo na avaliação geral, uma vez que representa apenas 5,8% dos brasileiros.

Por escolaridade, a percepção sobre o governo é melhor entre os que não foram à escola ou possuem só o ensino fundamental (29%) e os que possuem ensino médio (29%). Nos dois grupos de entrevistados a curva se mantém estável. Eles representam 50,1% e 31,9%, respectivamente, da população.

A rejeição a Bolsonaro, no entanto, vem seguindo tendência de alta em todos os níveis de instrução. Entre os que não foram à escola ou só possuem o ensino fundamental, a avaliação do governo como “ruim” ou “péssimo” é de 41% – há duas semanas estava em 36%. Entre os que completaram o ensino médio, é de 46%, cinco pontos acima de 13 de maio.

A aprovação do presidente cai para 22% entre os que possuem ensino superior – fatia que representa 18,1% da população brasileira. A taxa de rejeição dessa parcela dos entrevistados é de 63%, 22 pontos percentuais a mais que a avaliação negativa dos menos escolarizados.

A pesquisa foi realizada de 8 a 10 de junho pelo DataPoder360, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas em 518 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.

Com informações do Poder360

Um comentario para "Rejeição a Bolsonaro vai a 47%; auxílio emergencial contém sangria"

  1. Trajano Jardim disse:

    A rejeição não é maior, porque a esquerda e as forças progressista perderam a narrativa de mostrarem que foram os responsáveis pelo auxílio emergencial, o qual o governo Bolsonaro havia proposto, depois de muita pressão dos setores sociais, 200 reais e no congresso e os partidos de oposição conseguiram 600 reais.
    Isso não foi explicado maciçamente para a população de 80 milhões de brasileiros que podem receber o auxílio.

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