Governo continua apresentando dados da covid-19 menores que a imprensa

Brasil tem 45.241 mil mortes e 923.189 mil casos confirmados pelo Ministério da Saúde e 45.456 mortes e 928.798 casos levantados pelo consórcio da imprensa.

Foto: Alex Pazuello/Semcom

O Brasil registrou, nas últimas 24 horas, mais 1.282 mortes pela covid-19, conforme atualização divulgada nesta segunda-feira (16) pelo Ministério da Saúde. Com isso, o país chegou a 45.241 óbitos em função da pandemia do novo coronavírus. O balanço contabiliza também 34.918 novos casos da doença, totalizando 923.189.

A atualização diária revela aumento de 3% no número de óbitos em relação ao total de ontem, que era de 43.959. Os novos casos confirmados representam acréscimo de 4% sobre o total de ontem, quando os dados do Ministério da Saúde registravam 888.271 pessoas infectadas.

Os registros são menores aos domingos e nas segundas-feiras em função da dificuldade de alimentação das estatísticas no fim de semana, e maiores nas terças-feiras, por causa do acúmulo de notificações atualizadas no sistema.

A taxa de letalidade (número de mortes pelo total de casos) ficou em 4,9%. A mortalidade (falecimentos por 100 mil habitantes) foi de 21,5. Já a incidência (casos confirmados por 100 mil habitantes) ficou em 439,3. Do total, 436.219 pessoas estão em observação e 441.729 pacientes se recuperaram. Há ainda 4.047 mortes em investigação.

Os estados com maior número de óbitos são São Paulo (11.132), Rio de Janeiro (7.967), Ceará (5.070), Pará (4.291) e Pernambuco (3.959). Ainda figuram entre os quer apresentam altos índices de mortes os estados do Amazonas (2.549), do Maranhão (1.537), da Bahia (1.181), do Espírito Santo (1.131), de Alagoas (793) e da Paraíba (671).

Os estados com mais casos de covid-19 são São Paulo (190.285), Rio de Janeiro (83.343), Ceará (81.289), Pará (71.243) e Maranhão (62.711).

Consórcio da Imprensa

Os números do consórcio de veículos de imprensa apresentam variação para cima em relação aos números do governo, com 1.338 mortes por coronavírus em 24 horas, totalizando 45.456. É o 2º maior registro em 24 horas desde o início da pandemia. No dia 4 de junho, houve 1.470, segundo dados das secretarias totalizados naquele dia.

Trata-se também da maior alta de casos em 24 horas já registrada nesta pandemia. O recorde anterior de diagnósticos registrado em 24 horas tinha sido no dia 30 de maio, quando a pasta contabilizou 33.274 infectados.

O Estado de São Paulo, que desde o início é o epicentro da doença, voltou a registrar um recorde do número de mortes por coronavírus em um intervalo de 24 horas. Foram 8.825 novos casos de contaminação e 365 mortes, elevando o total para 181.460 e 10.767 respectivamente. A elevação do número de óbitos acontece em um momento de flexibilização da quarentena e retomada das atividades econômicas. 

O mesmo vale para o Rio de Janeiro, que também viveu reabertura enquanto a pandemia avança: tem jogo de futebol marcado para amanhã (17), enquanto a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) projeta o pico de contaminação no estado para agora, no meio de junho. No estado do Rio, o número de casos e mortes por covid-19 registrado hoje não sugere que o pico de contaminação tenha ficado para trás. A alta de 239 novos óbitos, aliás, é a maior dos últimos treze dias.

No dia 31 de maio, o País alcançou a marca de 500 mil casos de covid-19 e em menos de 17 dias foram mais de 411 mil novas infecções.

Veja os dados, consolidados às 20h:

  • 45.456 mortes; eram 44.118 até as 20h de segunda (15), uma diferença de 1.338 óbitos
  • 928.798 casos confirmados; eram 891.556 até a noite de segunda, ou seja, houve 37.242 novos casos

O balanço diário do consórcio leva em conta os dados divulgados entre as 20h de um dia e de outro. Antes do consórcio, o G1 também contabilizava os dados divulgados pelas secretarias estaduais, com balanço fechado da 0h às 23h59 de cada dia.

Repercussão internacional

Em números absolutos, o Brasil é, desde sexta-feira, o segundo país no mundo com mais mortes por covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos, que contam 116 mil óbitos, de acordo com os números da Universidade Johns Hopkins atualizados até 20h desta terça. De acordo com dados compilados pela Universidade, os números globais da covid-19 mostram que a curva de contágio do Brasil continua ascendente, diferentemente de outros países europeus e asiáticos em processo de flexibilização, cujos dados parecem indicar, uma estabilização no número de casos.

A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas Américas, disse nesta terça-feira que não observa desaceleração na pandemia no Brasil e alertou que a pandemia da covid-19 pode se estender por um longo período na região, caso as medidas de contenção do vírus não sejam adotadas ou intensificadas. 

Nesta terça-feira, 16, o Ministério da Saúde mais uma vez deixou de fazer a entrevista coletiva para prestar esclarecimento sobre as ações relacionadas ao combate da covid-19.  Na vésperaautoridades do ministério anunciaram a ampliação do protocolo para uso da hidroxicloroquina no combate à doença no país, indo na contramão da agência reguladora norte-americana FDA, que revogou a utilização emergencial do medicamento.  

A pasta segue sem ministro há mais de um mês, desde que Nelson Teich pediu demissão. Neste período o Ministério está sob a guarda do general Eduardo Pazuello, que foi oficializado como ministro interino.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *