Os impactos da pandemia e a ciência a favor da vida

O prestígio da ciência agora atrela-se ao compromisso de responder aos anseios da comunidade global, cabendo às pesquisas conectarem-se com o desenvolvimento sustentável, a erradicação da fome, o combate às epidemias, a geração de energia limpa, a prevenção climática, a preservação dos ecossistemas e da biodiversidade.

A crise humanitária ocasionada pela pandemia evidenciou que somos uma comunidade global, sensivelmente interconectada. Os elos da cadeia devem estar fortes para que o todo sobreviva. O que acontece do outro lado do mundo pode refletir-se aqui com grande intensidade. Questões como o desmatamento, as queimadas e incêndios florestais e vazamentos de óleo no oceano não podem mais ser encaradas como internas desta ou daquela nação, mas como uma ameaça à vida humana.

A fome e a pobreza, por sua vez, que persistem no terceiro milênio, devem ser tratadas como um problema que diz respeito a cada um de nós. Com efeito, precárias condições econômicas obrigam populações inteiras a viver sem estrutura sanitária básica, o que somado à invasão de ecossistemas nativos em busca de alimento criam a conjuntura propícia para o surgimento de novas doenças que, no mundo globalizado, facilmente se transformam em pandemias.

É nesse contexto que emerge a ciência como fator determinante no enfrentamento dos desafios do presente e do futuro. A missão primordial da ciência, vale dizer, está em desenvolver as condições de vida humana na terra. Ao longo dos séculos, esse objetivo foi entendido como alcançar o máximo de domínio sobre a natureza. Para isso, criamos instrumentos, vacinas e tecnologias industriais aptas a suprir as demandas das crescentes populações. Paradoxalmente, o avanço tecnológico impôs também uma pressão destrutiva sobre o habitat, impondo seus próprios desafios para sobrevivência da espécie.

Eis que então o terceiro milênio apresenta à comunidade científica mundial a missão primordial de estar na vanguarda de uma nova consciência, em que ciência e tecnologia devem prosperar sobre princípios humanísticos e pilares sustentáveis. Não se trata mais de dominar a natureza, mas de com ela conviver harmonicamente.

O prestígio da ciência agora atrela-se ao compromisso de responder aos anseios da comunidade global, cabendo às pesquisas conectarem-se com o desenvolvimento sustentável, a erradicação da fome, o combate às epidemias, a geração de energia limpa, a prevenção climática, a preservação dos ecossistemas e da biodiversidade.

Cabe aos cientistas e pesquisadores, nos novos tempos, atuaram em prol de condições existenciais dignas, saudáveis, solidárias e sustentáveis. Mais do que nunca, a ciência deve estar a favor da vida!

Publicado originalmente no portal Proifes Federação.

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