Com quase 400 mil casos de covid-19, Brasil é 2o do mundo

Foram 1.039 registros de morte incluídos no balanço em 24 horas. Quase 68% do território brasileiro já está ocupado pela doença.

Isolamento social é a medida mais eficaz para evitar a propagação do coronavírus

O Ministério da Saúde (MS) divulgou nesta terça-feira (26) o mais recente balanço da pandemia de covid-19 no Brasil. Os principais dados são:

  • 24.512 mortes, um acréscimo de 1.039 registros em 24 horas
  • 391.222 casos confirmados, um acréscimo de 16.324 em 24 horas
  • 208.117 pacientes estão em acompanhamento (53,2% do total)
  • 158.593 pacientes estão recuperados

De acordo com o secretário Eduardo Macário, o Brasil é o 2º país em número de casos de covid-19, mas o 51º em incidência, quando a quantidade de pessoas infectadas é analisada proporcionalmente à população. Enquanto o país ocupa a 6ª posição em número absoluto de mortes, fica em 14º em mortalidade, quando esses óbitos são comparados com o total da população.

Macário afirmou que os números mostram o Brasil em uma curva ascendente, tanto no número de casos quanto no de mortes. Já outros países com grande número de casos e mortes já estão em uma trajetória ou de estabilização ou descendente.

Na avaliação por região, o Norte apresenta essa dinâmica ascendente. O estado com maior número de pessoas infectadas, o Amazonas, já apresenta uma inflexão, com redução do número de mortes por semana. Mas o secretário substituto ponderou que ainda é cedo para falar que já está se passando o pico da pandemia no Amazonas.

O representante do Ministério da Saúde apontou uma tendência de interiorização da pandemia. No dia 27 de março, 5,3% dos municípios tinham casos confirmados. No dia 25 de abril, o índice subiu para 30,9%, e em 25 de maio, para 67,7%. No total, 3.771 cidades registraram pessoas infectadas. No recorte por região, o maior percentual de cidades com casos confirmados é o Norte, com 83,8%. Em seguida vêm Nordeste (79,9%), Sudeste (63,4%), Sul (56%) e Centro-Oeste (50,3%).

Ainda segundo o Governo Federal, a pandemia chegou a 3.771 cidades brasileiras, o equivalente a 68% dos 5.570 municípios do país. A doença já infectou mais de 374 mil brasileiros. Só no estado de São Paulo, a covid-19 já alcançou 500 dos 645 municípios (77% do território) e provocou 5.773 mil mortes. Pelo menos 229 municípios registram óbitos.

A taxa de ocupação dos leitos de UTI reservados para atendimento a covid-19 é de 74.7% no Estado de São Paulo e 91.4% na Grande São Paulo.

Brasil pode ter mais de 125 mil mortes até agosto

O número de mortes por covid-19 no Brasil deve passar de 125 mil no começo de agosto, de acordo com uma previsão do Instituto para Métricas de Saúde e Avaliação (IHME, na sigla em inglês), ligado à Universidade de Washington, nos Estados Unidos.

Sem medidas rígidas de isolamento social, o modelo do instituto mostra que o volume de mortes deve seguir em alta até o meio de julho. Haverá falta de infraestrutura hospitalar também, disse ele.

O instituto fez projeções por estados brasileiros até o dia 4 de agosto. Veja abaixo:

  • São Paulo: 32.043 (projeção anterior era de 36.811)
  • Rio de Janeiro: 25.755 (projeção anterior era de 21.073)
  • Pernambuco: 13.946 (projeção anterior era de 9.401)
  • Ceará: 15.154 (projeção anterior era de 8.679)
  • Maranhão: 3.625 (projeção anterior era de 4.613)
  • Bahia: 5.848 (projeção anterior era de 2.443)
  • Amazonas: 3.194 (projeção anterior era de 5,039)
  • Paraná: 626 (projeção anterior era de 245)
  • Pará: 13.524 (sem projeção anterior)
  • Espirito Santo: 2.853 (sem projeção anterior)
  • Minas Gerais: 2.371 (sem projeção anterior)
  • Alagoas: 1.788 (sem projeção anterior)
  • Rio Grande do Sul: 1.165 (sem projeção anterior)
  • Paraíba: 1.142 (sem projeção anterior)
  • Goiás: 893 (sem projeção anterior)
  • Amapá: 529 (sem projeção anterior)
  • Rio Grande do Norte: 492 (sem projeção anterior)
  • Santa Catarina: 464 (sem projeção anterior)
  • Acre: 422 (sem projeção anterior)

Murray afirma que a previsão do IHME captura efeitos das regras de distanciamento social, tendências de mobilidade e capacidade de testes. As projeções mudam de acordo com alterações nessas políticas.

O modelo será atualizado com regularidade à medida que novos dados sobre hospitalização, mortes, testes e mobilidade forem divulgados, de acordo com a nota.

Outra projeção semelhante é da diretora-geral da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Carissa Etienne, que citou nesta terça-feira (26) uma projeção de 88,3 mil mortes por Covid-19 no Brasil até o dia 4 de agosto. Ela salientou que o modelo muda conforme as ações de governos em cada região do país. Assim, a América Latina é considerada o novo epicentro da pandemia de covid-19.

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