Flávio Dino diz a governadores que Bolsonaro tem sonho autoritário

“Concretamente, esse é o sonho do Bolsonaro e o sonho dele é o pesadelo do Brasil. Se é o sonho dele, é o pesadelo de todos aqueles que acreditam na democracia.”

(Foto Reprodução)

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), alertou colegas governadores que além de negar ajuda aos estados e municípios, Bolsonaro tem sonhos autoritários.

“Se Bolsonaro puder, ele fechará as instituições democráticas, ele intervirá nos estados, ele fechará o Congresso e o Supremo. Não creio que conseguirá, mas seria ingênuo, seria metafísico nós não considerarmos que é isso o que ele quer”, afirmou Dino.

“Concretamente, esse é o sonho do Bolsonaro e o sonho dele é o pesadelo do Brasil. Se é o sonho dele, é o pesadelo de todos aqueles que acreditam na democracia”, continuou.

Eles participaram de um live neste sábado (16) para debater o combate ao coronavírus. Além de Flávio Dino, estavam na conversa os governadores do Pará, Bahia e Espírito Santo — Helder Barbalho (MDB), Rui Costa (PT) e Renato Casagrande (PSB), respectivamente.

No que diz respeito à pandemia, Renato Casagrande reclamou da falta de uma “coordenação nacional” partindo do governo federal para enfrentar o vírus. “O país está à deriva nesse momento. uma ausência completa de coordenação que dificulta muito o nosso trabalho”, disse.

“Como se não bastasse isso, o presidente tem essa política de enfrentamento. Eu nunca imaginei que ele fosse ter esse enfrentamento com a vida”, lamentou Casagrande.

Já o paraense Helder Barbalho informou que o estado já entregou quatro hospitais de campanha e planejam entregar mais. “Nós temos aplicado nossas decisões baseados na ciência, no conhecimento, na medicina e no valor à vida”, afirmou em uma crítica velada ao presidente Bolsonaro.

“Não devemos fortalecer a polêmica inadequada de que vida e economia são coisas antagônicas. De que para poupar a vida precisa acabar com a economia ou para salvar a economia se faz necessário sacrificar a vida”, prosseguiu Barbalho, lamentando a polarização no meio de uma pandemia.

Rui Costa, por sua vez, destacou os embates internacionais que o governo Bolsonaro teve com países como China, França e Argentina e, mais recentemente, com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

“A OMS sofre ataque sistemático do governo brasileiro. Questionando a qualificação de seus membros e suas orientações”, afirmou. “Nos causa inveja que outras nações do mundo, seus líderes estão buscando unir o país para enfrentar uma crise global”, completou Costa.

Com informações do Portal UOL

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3 comentários para "Flávio Dino diz a governadores que Bolsonaro tem sonho autoritário"

  1. Darcy Brasil disse:

    Fiquei bem cansado de denunciar o projeto de golpe de Bolsonaro, de que tenho a convicção desde janeiro de 2019. A desenvoltura com que milicianos bolsonaristas ameaçaram a minha vida a partir de dezembro de 2018, somada aos embates políticos que travei nas redes sociais durante 2017 e 2018, quando a extrema direita e sua violência verbal se fez mais presente e organizada, foram o ponto de partida de minhas reflexões. Uma generalizão, portanto, de uma situação particular, vivenciada em uma cidade como Itajubá, bastante representativa das forças sociais que fornecem a base de sustentação social do bolsonarismo, me levou a ter certeza que um projeto de golpe de estado estava sendo debatido dentro das casernas, concomitantemente ao esforço para eleger Bolsonaro, ou seja, o golpe de estado não constituía uma alternativa contra previsíveis dificuldades para Bolsonaro governar, se eleito fosse, mas uma continuação de um projeto mais amplo de tomada do poder pela força das armas, que poderia passar ou não pela eleição de Bolsonaro. Se Haddad tivesse vencido (coisa totalmente impossível, mesmo que Ciro tivesse se empenhado de corpo e alma para elegê-lo), teria conhecido essa tentativa de golpe desde de o dia em que o resultado das eleições tivesse sido anunciado pelo TSE. Duvido que o modo petista de governar, acreditando poder misturar água com óleo ou colocar fogo na água, conseguisse oferecer resistência a esse movimento de extrema direita, combinado com os ataques vertidos pelas forças que implementaram impeachment de Dilma (a grande mídia, por exemplo, apesar de não estar associada ao golpe planejado pela extrema direita, seguiria atacando Haddad, dando continuidade ao outro golpe a que se associou, o de 2016). Portanto, o projeto golpista não deve ser vinculado a Bolsonaro somente, mas a uma corrente política e ideológica, herdeira do movimento de 1964 e que atua, desde que entregou o poder aos civis, vigorosamente dentro das instituições militares e policiais, em associação consciente com as organizações paramilitares conhecidas como milícias, que reúnem todo tipo de criminosos, como polícias corruptos, expulsos ou não de suas corporações, contraventores do jogo do bicho, “empresários” que lavam dinheiro sujo e até mesmo traficantes. Para combater um projeto dessa envergadura é necessário adotar táticas profundamente distintas das que a esquerda adotou sob o comando do PT, táticas que entendam que não há mais lugar para a pacificação da sociedade brasileira enquanto uma profunda reforma democrática das nossas instituições, com destaque para os aparatos militares, não tiver sido conquistada por um movimento de massas. Isso significa que, doravante, governar uma simples prefeitura como Porto Alegre somente será viável se essa governança mobilizar o apoio ativo das forças populares em sua defesa, pois a radicalização da direita tenderá a inviabilizar a execução de um projeto de governo por cima, com métodos que consagraram o tal “modo petista de governar”, ou com as fórmulas que têm sido anunciadas, por exemplo, por Ciro Gomes. Sem o protagonismo dos trabalhadores e do povo organizados, nenhum projeto democrático e popular, por mais bem intencionado que seja, será realizável. Devemos, mais do que nunca, compreender que tudo que fizermos somente será consequente se tiver em vista uma transformação revolucionárirevolucionária do Brasil, pois os caminhos para transformá-lo através de reformas por cima seguirão cada vez mais obstruídos e sabotados pelas elites e seus partidos.

  2. Elane Rebelo disse:

    Darcy Brasil, bela explanação. Concordo contigo.
    (Minha bisa era Brazil kkk)

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