Deputado reage à revelação de que Bolsonaro cogitou armar população

Diante de ministros, presidente teria se exaltado diante dos aliados, afirmando que “é muito fácil uma ditadura no Brasil”

A revelação de que Jair Bolsonaro chegou a defender o armamento da população para impedir que gestores estaduais definissem regras de isolamento social como forma de enfrentamento à pandemia provocou revolta no vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA).

Durante o encontro – o mesmo em que o ex-ministro Sergio Moro afirmou ter sido ameaçado de demissão caso não entregasse a Bolsonaro o controle da PF no Rio, em abril deste ano –, o presidente teria se exaltado diante dos aliados, afirmando que “é muito fácil uma ditadura no Brasil”. Além de ofender gestores, o presidente afirmou que para evitar o autoritarismo de prefeitos e governadores seria preciso “armar a população”.

“Segundo Bolsonaro, ‘é muito fácil uma ditadura no Brasil’! O aspirante a ditador precisa saber que fácil será tirá-lo da presidência por vários e reiterados crimes de responsabilidade. Respeita a democracia, miliciano”, disse Jerry, categórico.

“Matava ou morria”

Conforme revelou a coluna de Guilherme Amado nesta quinta-feira (14), a fala de Bolsonaro teria sido uma reação ao comentário do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, sobre o episódio em que a ex-mulher e a filha do deputado federal Luiz Lima foram detidas no Rio de Janeiro por descumprirem as regras de isolamento social.

“Isso é absurdo. Eu tenho uma filha de 14 anos. Vou pegar minhas 15 armas. Se prendessem ela e botassem no camburão, ou eu matava ou eu morria”, disse Guimarães, instigando o presidente.

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