Deputada diz que Bolsonaro ameaça Teich ao defender uso da cloroquina

Alice Portugal afirmou que Bolsonaro ameaçou o seu ministro da Saúde ao discordar dele sobre o uso da medicação nos pacientes com covid-19

Bolsonaro numa live defende o uso da cloroquina (Foto: Reprodução)

Acuado pelas revelações de que interferiu politicamente na Polícia Federal (PF) para proteger seus familiares, o presidente Bolsonaro voltou a defender nesta quarta-feira (13) o uso da cloroquina para tratamento de pacientes com covid-19.

Para a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), que é farmacêutica, o presidente ameaçou o seu ministro da Saúde, Nelson Teich, que acabou de assumir o cargo em meio à crise sanitária e política que resultaram na demissão de Luiz Henrique Mandetta.

“Bolsonaro desgoverna o Brasil. O ministro da Saúde mal entrou e já recebe ameaças. Depois de alertar a população sobre os efeitos colaterais da cloroquina, foi contrariado mais uma vez pelo presidente, que mesmo sem comprovação de eficácia, voltou a defender o uso do medicamento. Irresponsável!”, criticou a parlamentar.

Nesta terça-feira (12), o ministro da Saúde, Nelson Teich, escreveu no Twitter sobre os problemas do uso do medicamento.

“Um alerta importante: a cloroquina é um medicamento com efeitos colaterais. Então, qualquer prescrição deve ser feita com base em avaliação médica. O paciente deve entender os riscos e assinar o ‘Termo de Consentimento’ antes de iniciar o uso da cloroquina”, afirmou o ministro.

Questionado pelos jornalistas na porta do Palácio do Alvorada sobre a posição de Teich, Bolsonaro mandou um recado a ele.

“Todos têm que estar afinados comigo, todos são indicações políticas minhas. Não é questão de gostar ou não do ministro [Nelson] Teich. Estamos vendo centenas de mortes por dia. Se existe a possibilidade de reduzir um pouco, por que não usá-la?”, questionou Bolsonaro.

E prosseguiu: “Não é só o meu entendimento, é o entendimento de muitos médicos do Brasil e de outros de que a cloroquina pode e deve ser usada desde o início, apesar de saberem que não há confirmação da eficácia. Mas estamos em uma emergência. Pode ser um alento a essa quantidade de óbitos. […] Vai ser discutido isso com o ministro, meu o entendimento é de que deve ser usado desde o início por quem está no grupo de risco.”

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