Secom de Bolsonaro usa lema nazista para divulgar ações na pandemia

A frase “O trabalho liberta” (“Arbeit macht frei”, em alemão) ficou conhecida por estampar as entradas de diversos campos de concentração do regime nazista, durante a Segunda Guerra Mundial.

Inscrição no portão de Auschwitz: "O trabalho liberta"

A Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República usou hoje um lema associado ao nazismo —”o trabalho liberta”— para divulgar as ações que o governo federal vem tomando para conter o avanço do novo coronavírus no país. O vídeo foi compartilhado pelo perfil da Secom e pelo próprio Jair Bolsonaro em suas redes sociais.

“Parte da imprensa insiste em virar as costas aos fatos, ao Brasil e aos brasileiros. Mas o governo, por determinação de seu chefe, seguirá trabalhando para salvar vidar e preservar o emprego e a dignidade dos brasileiros. O trabalho, a união e a verdade libertarão o Brasil”, escreveu a Secom.

A frase “O trabalho liberta” (“Arbeit macht frei”, em alemão) ficou conhecida por estampar as entradas de diversos campos de concentração do regime nazista, durante a Segunda Guerra Mundial. Em Auschwitz, o maior complexo de campos de concentração do regime, a inscrição foi feita no portão por prisioneiros com habilidades metalúrgicas.

No vídeo que acompanha a publicação, a secretaria ainda usa títulos de matérias veiculadas na imprensa para criticar a cobertura das ações do governo e, mais especificamente, da postura do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) frente à pandemia.

Até a The Lancet, um dos periódicos científicos mais respeitados do mundo, aparece no vídeo. Recentemente, a revista publicou um artigo sobre a situação da Covid-19 no Brasil, afirmando que Bolsonaro “talvez seja a maior ameaça” ao país neste momento.

Outras referências nazistas

Em janeiro, o então secretário especial de Cultura, Roberto Alvim, usou trechos de um discurso de Joseph Goebbels, ministro da propaganda na Alemanha nazista, para divulgar o Prêmio Nacional das Artes, novo programa de sua pasta.

Segundo ele, a premiação viria para reconhecer que a arte brasileira dos próximos anos será “heroica, nacional e imperativa”, adjetivos semelhantes aos usados por Goebbels em discurso feito a diretores de teatro. O episódio levou à demissão de Alvim. Quem ocupa o cargo agora é a atriz Regina Duarte.

Com informações do UOL

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