Roberto Jefferson ataca STF e incita golpe de Estado

Condenado no esquema do mensalão, ex-deputado é mais novo aliado de Bolsonaro. Ele pode ser enquadrado na Lei de Segurança Nacional.

Presidente do PTB e ex-deputado Roberto Jefferson ameaçou instituições no Twitter

Novo aliado de Jair Bolsonaro, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, um dos políticos mais fisiológicos do país, fez um post neste sábado (9) no Twitter em que defende um golpe de Estado. Empunhando um fuzil, ele pediu a demissão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Estou me preparando para combater o bom combate. Contra o comunismo, contra a ditadura, contra a tirania, contra os traidores, contra os vendilhões da Pátria. Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, escreveu o ex-deputado acima da foto com o fuzil.

E ainda: “Bolsonaro, para atender o povo e tomar as rédeas do governo, precisa de duas atitudes inadiáveis: demitir e substituir os 11 ministros do STF, herança maldita. Precisa cassar agora, todas as concessões de rádio e TV das empresas concessionárias Globo. Se não fizer, cai”.

A incitação ao golpe indignou líderes da oposição, formadores de opinião e internautas. Na avaliação do professor de Direito Constitucional Flávio Martins, Jefferson, já condenado no esquema do mensalão, pode ser enquadrado na Lei de Segurança Nacional.

“Roberto Jefferson claramente pratica o crime previsto no artigo 23, da lei de segurança nacional: ‘Incitar à subversão da ordem política ou social’. Que o Ministério Público não se acovarde”.

A jornalista Vera Magalhães, do Estado de S. Paulo, também defendeu punição para Jefferson. “Só esses dois tuítes bastam para o ministro Alexandre de Moraes indiciar o ex-deputado no inquérito que apura os atos golpistas, não?”, escreveu.

Deputado pelo PSOL, Ivan Valente (SP) disse que Roberto Jefferson ameaça as instituições e pediu ações além da nota de repúdio. “Sempre esteve ao lado de tudo que não presta na política nacional, mantém sua tradição imunda e se agarra ao bolsonarismo. Ameaça as instituições, as liberdades democráticas, posa pra foto segurando fuzil. Nota de repúdio não basta. Qual será a resposta?”

Ex-candidato à Presidência da República também pelo PSOL, Guilherme Boulos lembrou as relações de Jefferson com Fernando Collor e ironizou a compra de deputados do Centrão por Bolsonaro, que está negociando cargos em troca de blindagem no Congresso.

“O governo Bolsonaro escalou Roberto Jefferson para a linha de frente na luta contra o comunismo. Aquele que liderou a tropa de choque de Collor. Foi uma indicação técnica. Não tem nada a ver com compra de votos na Câmara, tá ok?”, escreveu.

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Um comentario para "Roberto Jefferson ataca STF e incita golpe de Estado"

  1. Darcy Brasil disse:

    Enquanto a oposição faz a narrativa critica dos fatos politicos produzidos no âmbito das instituições da tal democracia burguesa meia boca em que vivemos, com centenas de analistas independentes fazendo esforços para conquistar a simpatia da tal “opinião pública” (classe média letrada que hegemoniza o grupo de leitores dos assuntos políticos postados nas redes sociais e nos sitios e blogs especializados), supondo que disputam a hegemonia no plano das idéias, os fascistas seguem galvanizando as ruas através dos milicianos e controlando amplos setores do povo, por meio das Igrejas que dão a base de sustentação para o projeto golpista de Bolsonaro de que têm amplo conhecimento. Os fascistas não vão sair do poder pacificamente. As Forças Armadas não irão enfrentá-los, apesar de diversos analistas cegos insistirem em afirmar que elas estão comprometidas com a democracia e blá blá blá . A única oposição que conta, o único trabalho político capaz de derrotar o projeto fascista, é aquele que passou-se a negligenciar desde que foi inaugurada a era dos governos petistas, ou seja, a atuação cotidiana junto ao povo, se esforçando por mobilizá-lo, conscientizá-lo e organiza-lo, acumulando forças para enfrentar e derrotar a plutocracia financeira e, agora, os seus mercenários organizados em milícias, em qualquer arena de luta. O preço que estamos pagando por conta da irresponsabilidade do exclusivismo político petista, de sua concepção politica limitada, reformista, incapaz de entender o protagonismo do proletariado nos processos de transformação históricos, de fazer uma leitura revolucionária da sociedade brasileira, está ficando cada vez mais alto. Mas ainda há tempo de, primeiro, organizar uma ampla Frente antifascista e, depois, priorizar a mobilização das camadas populares para enfrentar os golpistas nas ruas. Senão…

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