Congresso reage à visita de Bolsonaro e empresários ao STF

“Bolsonaro é mesmo um genocida”, definiu o vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA).

Foram muitas as reações e declarações de membros do Parlamento em relação à ida de Jair Bolsonaro, junto a um grupo de empresários, ao Supremo Tribunal Federal (STF) no fim da manhã desta quinta-feira (7).

Na pauta do encontro – sem prévio agendamento – com o ministro Dias Toffoli, o grupo defendeu o fim do isolamento social e o retorno da atividade econômica no país. Enquanto comitiva se reunia no STF, Nelson Teich, da Saúde, argumentava que as medidas de lockdown deveriam ser avaliadas “caso a caso” na Câmara dos Deputados. 

Comitiva

Eles estavam acompanhados do ministro da Economia, Paulo Guedes, que ao fim do encontro, afirmou ser porta-voz de um apelo de diferentes setores da indústria.

“Eles vinham dizendo que estavam conseguindo preservar os sinais vitais e agora o sinal que passaram é de que está difícil, a economia está começando a colapsar. E aí não queremos correr o risco de virar uma Venezuela, não queremos correr o risco de virar sequer uma Argentina, que entrou em desorganização, inflação subindo, todo esse pesadelo de volta”, disse o ministro. 

Repercussão

“Nenhuma ação de Bolsonaro em defesa da vida dos brasileiros. A marcha insana continua, como essa ida hoje ao STF para pressionar pelo fim do isolamento social contra o coronavírus. Bolsonaro é mesmo um genocida”, definiu o vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA).

Para o líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon (RJ), a visita inesperada da comitiva dá ainda mais sinais de que o afastamento do presidente é necessário. “Presidente marchando ao STF, acompanhado de empresários, para pedir o fim do isolamento social? Bolsonaro não deixa dúvidas de que lado está. Para o povo, para as mais de 8 mil mortes, apenas ‘e daí?. É um irresponsável conduzindo um governo criminoso! Impeachment Já!”. 

O mesmo fez a líder do PSOL, Fernanda Melchionna (RS), ao saber da ida de Bolsonaro ao Supremo. “Passamos de 8,5 mil vidas perdidas, mas o governo vai com uma tropa empresarial ao STF, falar sobre as ‘mortes de CNPJs’”, definiu. 

Marcelo Calero (Cidadania-RJ) chegou a afirmar que o Brasil é um Estado de exceção em relação ao mundo. “ As autoridades brasileiras são as únicas no mundo que sabotam a saúde pública e disseminam, deliberadamente, o caos. Bolsonaro e sua turma significam o colapso completo”, disse o deputado. 

Ação e reação

Ex-líder do PDT na Câmara, deputado André Figueiredo (CE) também não poupou na crítica. ‘Sabíamos do despreparo, da irresponsabilidade e da apologia a ditaduras, como suas características. Mas a compulsão pelo genocídio é novidade. Só para lembrar: para todo decreto do Executivo que atente contra a saúde pública, HAVERÁ UM DECRETO LEGISLATIVO PARA ANULÁ-LO!”, recordou.

Terceirização de mortes

Presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire chegou a afirmar que o intuito da ida foi a coação da instituição. “Guedes e Bolsonaro organizaram uma marcha da estupidez e da morte em direção ao STF, com um séquito de empresários, para coagir a Corte, colocar a crise no colo dos ministros e terceirizar suas responsabilidades. No caminho, pisaram nos 8,5 mil mortos que a covid-19 já deixou”, declarou.

Senador do Cidadania, Fabiano Contarato (ES) preferiu recordar o real papel do presidente. “Mais de 8 mil mortos no país e o Presidente, populista, sem real compromisso com a nossa sociedade, vai ao STF constranger ministros? Quer o fim do isolamento social a qualquer custo! Ouviu o que merecia: tem de propor soluções. Viáveis, claro!”, apontou.

Fonte: Brasil 247

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