Zinaida Portnova, a jovem heroína soviética que desafiou o nazismo

Aos 16 anos, a adolescente soviética se juntou a um grupo de resistência e participou de operações de sabotagem contra os alemães

O bárbaro interrogatório de Zinaida Portnova, conforme uma ilustração soviética

Em 1941, Zinaida Portnova era apenas mais uma moradora da então Bielorrússia que presenciou a tomada nazista. Muitos soviéticos foram feridos e acabaram morrendo durante os primeiros meses da invasão alemã. Em pouco tempo, a tropa chegou até Obol, cidade onde a jovem morava.

A russa ainda não havia expressado sua ingratidão sobre os ataques nazistas, até que sua avó foi agredida por soldados alemães – ela não havia permitido que o exército confiscasse seus gados. Desde então, a guerra se tornou uma questão pessoal para Portnova.

Inicialmente, a jovem se juntou à Liga Komsomol, conhecidos como Jovens Vingadores e, aos 16 anos, tornou-se um dos destaques da resistência. Sua atividade era baseada na disseminação de panfletos que induzia diversos planos para pôr um fim à guerra. No entanto, ela iria muito além.

Com o passar do tempo, Portnova buscou outros caminhos para lidar com as tropas de Hitler. Dessa maneira, aprendeu a usar uma arma e teve um papel ativo nas operações de sabotagem criadas pelos soviéticos. Como consequência, a equipe de jovens era responsável por realizar ataques em locais de grande aglomeração nazista. Aprendendo a usar explosivos, o grupo sabotou usinas e até mesmo fábricas de tijolos. De tudo fazia para acabar com as tropas alemãs.

Um episódio específico representaria o auge de suas ações. Numa das missões, a ativista se passou por uma ajudante de cozinha e conseguiu se infiltrar no local. Auxiliando no preparo da comida que seria oferecida aos soldados de Hitler, seguiu com a sua missão: envenenar os alimentos. Atingiu o objetivo. Após a refeição, muitos combatentes se sentiram indispostos. Outros, num estado crítico, acabaram morrendo.

A busca por Portnova

Após o episódio, a garota foi acusada como a principal suspeita pelo envenenamento. Acabou provando do próprio veneno. Quando foi procurada, experimentou a comida que havia servido aos nazistas e não apresentou qualquer sintoma anormal. Assim, foi liberada e seguiu caminho para a casa de sua avó. Mas, por ter ingerido parte do veneno, passou mal e foi socorrida pela idosa, que a alimentou com soro de leite a fim de expelir a toxidade de seu corpo.

No dia seguinte, Zinaida não retornou ao seu local de trabalho – o que levantou novas suspeitas. Em seguida, o ato fez com que ela se tornasse uma fugitiva. Os nazistas realmente acreditavam que ela havia sido responsável pelo episódio insólito.

Mais uma vez, porém, a garota driblou os alemães e buscou apoio num grupo de partidários que homenageavam o militar soviético Kliment Voroshilov. E ficou um tempo desaparecida. “Mãe, agora estamos em um grupo partidário. Ao seu lado, derrotaremos os invasores nazistas”, disse numa carta enviada a mãe.

Missão suicida

Em 1944, a jovem se infiltrou novamente em meio aos nazistas, no mesmo local que havia provocado o envenenamento. Sem sucesso, foi encontrada por autoridades e entregue aos seguidores do Führer. Mas Portnova não aceitava que aquele seria seu fim.

Assim, ela pegou uma arma de uma autoridade nazista, atirou em dois soldados e correu pelo campo. Os soldados a alcançaram e realizaram um interrogatório seguido de torturas brutais. Pouco tempo depois, a soviética foi levada até uma floresta e friamente executada antes de completar seus 18 anos.

Com o fim da guerra, a bravura da jovem foi exaltada. Segundo o Museu Bielorrusso da Grande Guerra Patriótica, os episódios dos quais ela havia participado resultaram na morte de mais de cem nazistas.  Além de seu nome estar escrito em diversas placas e monumentos nas cidades russas, Zinaida Portnova recebeu o título de Heroína da União Soviética, em 1958, e a Ordem de Lenin, uma das mais importantes condecorações da União Soviética.

Com informações do site Aventuras na História

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