O Brasil e a crise do Covid-19

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Em meio a um caos na saúde pública, jamais visto por muitos países, o brasileiro ainda tem que conviver com a instabilidade do cenário político e a falta de empatia dos próprios políticos com relação ao assunto. É isso mesmo, mesmo em um momento tão frágil as fake news não param de circular em total desrespeito a população e aos trabalhadores e com o mesmo viés ideológico que protege o grande empresário e a economia. 

Não há como pensar em crescimento econômico na atual realidade do mundo e não só do país. Vários países e chefes de Estado se solidarizaram com seu próprio povo e em alguns lugares, a humanidade falou mais alto que o capital. Em terras tupiniquins a minoria, que pertence a uma classe social mais abastada, aproveitou de uma crise social econômica e de altos índices de desemprego e informalidade para explorar mais ainda o trabalhador, que ainda não entendeu que sem sua força a economia não gira. O desgoverno, que não teve muito sucesso na economia em seu primeiro ano, tenta desesperadamente, as custas dos trabalhadores e de suas vidas, avançar a todo custo para movimentar uma economia em crise em meio a vários países paralisados. 

As pessoas estão sendo expostas aos riscos de contagio pela pandemia devido à pressão da fome e de manter suas necessidades fundamentais. O auxílio emergencial oferecido pelo governo funcionou como tudo que é oferecido por este e por outros governos funciona: pela metade. O povo brasileiro se comportou uma vez mais como o povo brasileiro se comporta, sem nenhum traço de amor ao próximo e principalmente aos mais necessitados. Todos fizeram inscrição, inclusive quem não deveria: empresários, empregados, aposentados, militares, estudantes da elite, enfim, um total descaso aos reais necessitados. 

Sem nunca perder o pique da despreocupação com o vírus que o governo colocou de início, surgiram as mais variadas fake news, com apoio do próprio presidente da República, Sr. Jair Bolsonaro, sua nova equipe da saúde, como o atual ministro Nelson Teich, e algum governador, como o mineiro Romeu Zema, como o superfaturamento de óbitos, pertencentes a outras patologias agora atribuídas ao Covid-19, a importância da circulação rápida do vírus para que todos de um certo modo possam se infectar . Trabalhando com a hipótese, não comprovada, de que uma vez infectado a pessoa se torna imune ao vírus, os caixões que estão sendo enterrados vazios e que curiosamente as pessoas desaparecem, remédios milagrosos, isolamento vertical seguro e todo tipo de insanidade possível que se possa atribuir à uma fragilidade do vírus e que em terreno nacional e sempre muito bem aceito. 

Em meios a tanto descaso e negação, o número de casos confirmados da doença superam os 123 mil  e mais de 8 mil óbitos, números desta quarta-feira, 6 de maio. Desses números podemos dizer os testados, onde boa parte da população não é. E é nesse clima de tensão com descaso e fake news o país ainda enfrenta uma enorme crise política com um tirano no poder, a espera de um rumo, reais notícias, uma previsão de pico da doença e um fim, realmente seguro do isolamento que não chegam nunca.