Para acalmar mercado, Guedes e Braga Netto trocam afagos em coletiva

O ministro da Economia sinalizou continuação de agenda de corte de gastos e encolhimento do Estado.

O ministro da Economia, Paulo Guedes - Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Em mais uma cena para acalmar o mercado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o chefe da Casa Civil, general Walter Souza Braga Netto, negaram nesta quarta-feira (29) desentendimento em torno do Pró-Brasil, plano de recuperação econômica proposto pela ala militar do governo.

Os dois ministros trocaram afagos na tradicional coletiva no Palácio do Planalto, em que o governo federal busca recuperar sua imagem combalida anunciando feitos no combate à pandemia. Disseram que têm uma boa relação pessoal e nunca houve briga entre eles.

Braga Netto afirmou que “em nenhum momento se pensou em sair do trilho” em relação ao programa econômico de Paulo Guedes, que envolve corte de gastos e endeusamento do investimento privado.

“Em nenhum momento se pensou em sair do trilho programado pela Economia, quem dá esse caminho, a palavra final é a Economia, se é possível ou não. E quem decide é o presidente”, declarou.

Guedes, por sua vez, sinalizou a continuidade de seu projeto de encolhimento do Estado. “O governo Bolsonaro está fazendo reformas estruturais e, em pouco mais de três semanas [com a pandemia], se torna um governo de medidas emergenciais. É claro que o governo estava no trilho, saiu do trilho para combater o incêndio na mata. Temos que sinalizar para todo mundo, para os investidores, para os agentes econômicos, que o Brasil tem rumo, tem programa, vamos seguir o nosso programa de transformação de Estado brasileiro”, disse Guedes.

O ministro da Economia afirmou ainda que a retomada econômica não pode “repetir o erro de governos passados” que “através de só obras públicas cavaram um buraco e quebraram o Brasil”.

Com a continuação da agenda de corte de gastos, a tendência é uma recessão mais prolongada e aumento da penúria da população, já precarizada antes em ocupações informais e mal pagas.

Autor

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *