Papa Francisco condena fake news e os “pequenos linchamentos diários”

Segundo o pontífice, é “uma bestialidade” usar “falsos testemunhos” para “fazer justiça”

O papa Francisco pediu nesta terça-feira (28) que as pessoas sejam “obedientes” e respeitem as medidas para a saída do confinamento imposto pelo coronavírus. A declaração do pontífice foi dada em sua habitual missa matinal na Casa de Santa Marta, transmitida ao vivo pelos canais do Vaticano. “Quando começamos a ter medidas para sair da quarentena, pedimos ao Senhor que dê ao seu povo, todos nós, a graça da prudência e obediência às disposições, para que a pandemia não retorne”, afirmou.

Apesar das disposições determinadas pelo governo italiano para sair gradualmente do confinamento, a celebração de missas ainda não foi autorizada – o que provocou uma dura reação da Conferência Episcopal Italiana (CEI). Numa declaração contra o governo do primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte, a CEI afirmou que “a liberdade de culto” estava sendo violada.

Por outro lado, Francisco condenou as fake news ao discorrer, durante a homilia, sobre os falsos testemunhos. Segundo o papa, é “uma bestialidade” usá-los para “fazer justiça”. “Os falsos testemunhos, calúnias, que incitam as pessoas a fazer justiça”, são um verdadeiro linchamento”, disse ele, dando o exemplo da cristã paquistanesa Asia Bibi, que foi julgada por calúnia e ficou na prisão por muitos anos.

“Diante da avalanche de notícias falsas que criam uma opinião (entre as pessoas), às vezes nada pode ser feito”, observou. A esse respeito, o papa também citou o Holocausto, lembrando como “uma opinião foi criada contra um povo para acabar com ele. Depois, há o pequeno linchamento diário que tenta condenar as pessoas, criando uma má reputação, o pequeno linchamento diário que cria opiniões para condenar as pessoas”. O papa admitiu que na igreja também ocorrem “vários linchamentos todos os dias, que nascem das fofocas”.

Com informações da RTP

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