Ex-ministro diz que Bolsonaro deixa estados desprotegidos na pandemia

Alexandre Padilha afirmou que o ministro da Saúde, Nelson Teich, prometeu 14.100 mil respiradores, mas anunciou a entrega de apenas 272 até o fim do mês de abril

Foto: Marcello Carval/Agência Brasil

O deputado Alexandre Padilha (PT-SP), ex-ministro da Saúde no governo Dilma Rousseff, afirmou que os próximos dias irão mostrar a incompetência e a omissão do governo Bolsonaro no enfrentamento da pandemia de escala global.

“Os próximos dias vão explicitar o quanto o Ministério da Saúde e Bolsonaro não prepararam o Brasil e não ajudaram os governadores e prefeitos. O quanto o Ministério da Saúde e Bolsonaro deixaram os estados, os municípios e os trabalhadores da saúde sem proteção e sem ar para enfrentar o coronavírus”, lamentou.

Ele diz que o novo ministro Nelson Teich prometeu 14.100 mil respiradores, mas anunciou a entrega de apenas 272 até o fim do mês de abril.

“Chegou a hora onde fica mais claro que as entrevistas e promessas ilusórias de testes, respiradores e equipamentos do Ministério da Saúde e de Bolsonaro não salvam a vida de ninguém. Não levar ar a quem estar precisando de ar nas UTIs e não protege os trabalhadores da saúde que estão expondo a sua vida”, afirmou.

Padilha, que também é médico, explicou que historicamente, desde a pandemia do H1N1de 2009, a última semana de abril e as duas primeiras semanas de maio sempre foram as três semanas de pico, de aumento do número de casos das doenças gripais no Brasil.

Ele citou ainda que o coronavírus multiplicou os casos de pessoas internadas 9 vezes mais do que tínhamos historicamente por H1N1 no país nesse momento.

Descaso com os estados e municípios

A saúde está prestes a entrar em colapso em todo o País. O Ceará já atingiu a taxa de 100% de ocupação de leitos de UTI; Pernambuco está com 98% dos leitos tomados em todo o estado, sendo que os da rede pública, dedicados aos pacientes infectados pelo novo coronavírus, estão 99% cheios; o Amazonas chegou a 96% dos leitos ocupados em todo o estado. O Rio de Janeiro, segundo estado com maior número de casos confirmados e de mortes causadas pelo vírus, está com a taxa de ocupação de 94% dos leitos de UTI do Sistema Único de Saúde (SUS).

Outros sistemas prestes a entrar em colapso no Brasil são os necrotérios e cemitérios. Segundo reportagem do site UOL, publicada neste domingo (26), os necrotérios do Rio de Janeiro, por exemplo, estão lotados e corpos se acumulam em corredores do hospital de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Conforme dados divulgados pela prefeitura de Manaus, o número de sepultamentos dos cemitérios triplicou na capital Amazonense. Manaus precisou, inclusive, abrir valas comuns para enterrar um número cada vez maior de mortos.

Com informações da Agência PT

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