“Saída hoje não o absolve “, diz Márcio Jerry sobre demissão de Moro

Deputado lembrou que Sérgio Moro protagonizou um dos maiores escândalos da política brasileira, caso que ficou conhecido como Vaza Jato

Márcio Jerry - Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Em meio à mais grave crise institucional já vivida pelo Governo de Jair Bolsonaro (sem partido) também não faltaram críticas à postura do ex-juiz da Operação Lava Jato e agora ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro. Nesta sexta-feira (24), logo após o anúncio de sua saída da pasta, o vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA) recordou o jogo político em que Moro esteve envolvido.

“O ex-juiz parcial e adepto de ilegalidades, Sérgio Moro participou de uma armação gigantesca para eleger Jair Bolsonaro. A saída hoje não o absolve de nada, ele é parte do esquema criminoso que conduziu o Brasil a esse pesadelo chamado Bolsonaro”, apontou o parlamentar maranhense, referindo-se à parcialidade de Moro durante a condução do processo que culminou na prisão do ex-presidente Lula.

Crimes

Alçado ao cargo de “herói” em virtude do combate à corrupção durante a Operação Lava Jato, Moro deixou o ministério nesta sexta após acusar Bolsonaro de interferir nos trabalhos da Polícia Federal e cometer uma série de ações que sugerem crime de responsabilidade

Lamentando a realização da coletiva um dia após o Brasil registrar o recorde de 407 novos óbitos pelo coronavírus em 24 horas, Moro também fez referência, por três vezes, à autonomia garantida às organizações de controle durante o Governo de Luís Inácio Lula da Silva (PT). “A despeito dos problemas nos governos anteriores, nunca houve interferência política. Isso é ilustrativo da importância de garantir o estado de direito, a autonomia das instituições”.

Vaza Jato

Moro também protagonizou um dos maiores escândalos da política brasileira, quando diálogos ilegais entre ele e o procurador Deltan Dallagnol vieram à tona pela imprensa. No episódio que ficou conhecido como Vaza Jato, inúmeros áudios e mensagens comprovaram que a dupla tentou favorecer um grupo político em detrimento de outro, prejudicando partidos de esquerda na corrida eleitoral de 2018.

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