Prefeita aliada de Evo Morales é presa na Bolívia

Líder do MAS celebrava o aniversário de seu filho, dentro de sua casa, quando foi levada pela polícia.

Patrícia Arce, prefeita da cidade de Vinto, em Cochabamba (Boívia), foi presa nesta terça-feira (21) em sua casa, acusada de ter violado a quarentena na qual o país se encontra devido à pandemia do coronavírus.

Arce é uma liderança em ascensão do Movimento ao Socialismo (MAS), partido do ex-presidente Evo Morales, que se manifestou nesta quarta-feira pelo Twitter, em contrariedade à prisão. “A prefeita e seus filhos foram levados de sua casa por policiais armados. Seu delito: ser solidária a famílias pobres. Grave violação aos direitos humanos, que denunciamos à CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) e à ONU (Organização das Nações Unidas). A Bolívia está vivendo um Estado de Exceção em plena quarentena”, disse Evo.

A alegação para a prisão, segundo a polícia de Vinto, teve origem em uma denúncia, baseada na atual proibição de se organizar qualquer tipo de aglomeração durante a quarentena. A prefeita celebrava o aniversário de um de seus filhos. No momento da ação policial, ela estava com seus cinco filhos (todos moradores de sua residência) e a namorada de um deles.

Arce já havia sido vítima de outra ação antidemocrática há poucos meses. Em 7 de novembro, três dias antes do golpe que tirou Evo Morales da Presidência, a prefeita foi atacada por um grupo fascista. Na ocasião, ela teve seu cabelo cortado e pintado de vermelho, antes de ser arrastada pelas ruas da cidade.

Pouco antes de ser presa, Arce protestou e disse que não havia cometido nenhum atentado contra à ordem imposta pela quarentena. “Invadiram o meu quarto e ainda não sei que tipo de delito cometi”, afirmou, antes de ser levada à delegacia.

Tradução e edição: Fernando Damasceno