A solidariedade dos médicos de Cuba

Desde que Cuba enviou uma brigada médica para ajudar as vítimas do terremoto que atingiu o Chile em 1960 – […]

Médicos cubanos desembarcam na Itália para ajudar no combate à Covid-19

Desde que Cuba enviou uma brigada médica para ajudar as vítimas do terremoto que atingiu o Chile em 1960 – ainda no meio da deserção maciça de 50% dos médicos que abandonaram seus pacientes –  até o passado ano 2019, o país colaborou com mais de 600 mil especialistas em 160 nações como ajuda na área da saúde, principalmente de forma gratuita. Desse número, em 2020, continuaram trabalhando em 67 países 37.472 especialistas.

Durante os primeiros anos a assistência foi dada prioritariamente aos países que lutavam pela sua libertação e que, por sua vez, apresentavam situações sanitárias críticas. Assim, duas das brigadas médicas mais importantes dirigiram-se à Guiné e à Tanzânia. Entre os anos 1970 e 1980, o maior impacto se concentraria em Angola e Etiópia.

Nos anos 90 foi estabelecido o Programa Integral de Saúde que deu um enfoque mais efetivo à assistência proporcionada por Cuba incluindo no mesmo os medicamentos, equipamentos médicos e preparação de pessoal.

O enfrentamento de desastres naturais a partir dos furacões que atingiram a América Central e o Haiti em 1998-99, contou com o envio de brigadas médicas integradas por centenas de especialistas que possibilitaram uma maior eficiência no trabalho assistencial.

A estrutura mais especializada foi criada com a Brigada Henry Reeve [2] em 2005, que ofereceu seus serviços ao governo dos EUA para enfrentar os efeitos do furacão Katrina em Nova Orleans, oferta que não foi aceita. Mas a brigada cumpriu até 2019 missões em 22 países diferentes e em 2014-2015 desempenhou um papel importante no controle do Ebola na África.

Atualmente 21 brigadas compostas por mais de 1.200 especialistas estão cumprindo missões de apoio em 20 países, desde Angola até a Itália, no combate contra o COVID-19.

Atualmente 21 brigadas compostas por mais de 1.200 especialistas estão cumprindo missões de apoio em 20 países, desde Angola até a Itália, no combate contra o Covid-19.
Médicos cubanos dedicam-se a cuidr de pacientes nos lugares mais longíquos l Foto: Arakém Alcântara

Por outro lado, para a preparação do pessoal médico por parte de especialistas cubanos, entre 1976 e 2005 Cuba instituiu dez escolas de medicina, especialmente na África. A isso se somaria a criação da Escola Latino-Americana de Medicina em 1999, que formou -junto a outras universidades- 36.962 médicos de 149 países, ao que se somou o Programa de Formação de Médicos venezuelanos em 2012, entre os projetos de maior envergadura.

Os resultados de toda esta colaboração expressam-se na realização de mais de 1.940 milhões de consultas médicas e mais de 14.119 operações cirúrgicas, que salvaram a vida de milhões de pessoas.

Este esforço foi possível pela política desenvolvida em Cuba, que conta hoje com 95 mil médicos e 84 mil enfermeiras, unido a uma indústria biotecnológica de nível internacional. Os resultados do esforço permitem que o país disponha de um médico por cada 9 habitantes, uma taxa de mortalidade infantil de 4,9 por mil nascidos vivos e uma expectativa de vida de 78,45 anos, índices todos de um país desenvolvido, superiores inclusive aos próprios Estados Unidos, apesar do bloqueio que nos impôs durante quase seis décadas.

Toda essa bela história resume o que nosso povo sustentou nos últimos 60 anos: o princípio de compartilhar o que temos e não o que nos resta. Isso foi conseguido educando nossos compatriotas sob o princípio – esgrimido por nosso comandante em chefe – de que a solidariedade nada mais é do que o pagamento de nossa dívida com a humanidade, algo que, hoje, é ratificado dia a dia para a vergonha daqueles que nos atacam.

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