Casos de síndrome respiratória no RJ em quatro semanas superam 2019

Nos 12 meses de 2019, foram registradas 1.835 internações no estado. Em 2020, 1.951 pessoas foram hospitalizadas somente entre 8 de março e 4 de abril.

Hospitais trabalham no limite - Foto: Agência Brasil

O número de pessoas internadas por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no Rio de Janeiro nas últimas quatro semanas ultrapassou o total registrado em todo ano de 2019. Os dados são de um levantamento do G1 com base em dados da Fiocruz e, segundo especialistas, apontam para a subnotificação dos casos do novo coronavírus.

Nos 12 meses de 2019, foram registradas 1.835 internações por SRAG no estado, segundo o sistema de monitoramento Infogripe. Em 2020, 1.951 pessoas foram hospitalizadas com a síndrome somente entre 8 de março e 4 de abril.

Idosos passam a ser mais afetados

Além do aumento de casos, houve também uma mudança no perfil dos pacientes graves com problemas respiratórios. Em 2019, 879 pacientes (48% do total) tinham menos de 2 anos, o que é uma característica da gripe comum. Os idosos responderam por apenas 13% do total de casos, com 235 internações.

Em 2020, nas semanas entre 8 de março a 4 de abril de 2020, a faixa etária com maior incidência de casos foi a de pessoas com mais de 60 anos. Os idosos responderam por 25% dos casos, com 489 internados por SRAG. No mesmo período, o número de pacientes com menos de 2 anos foi 112, o equivalente a 5,7%.

Covid-19 pressiona hospitais

Tania Vergara, presidente da Sociedade de Infectologia do Estado do Rio de Janeiro, lembra que a temporada de Influenza e outras viroses respiratórias, outras causas de SRAG, foram somadas à Covid-19, aumentando os casos.

“Estamos em plena ascensão do número de casos e serão cada vez mais à medida que se afrouxarem as medidas de afastamento social”, diz Tania. “O impacto é enorme porque todo paciente com SRAG necessita de hospitalização em CTI e assistência ventilatória.”

A infectologista ressalta que os hospitais de campanha ainda não estão operando e que ainda faltam leitos respiradores para pacientes, e equipamentos de proteção individual (EPIs) para os profissionais da saúde. “Nossa situação não é nada confortável”, diz.

Fonte: G1