Parlamentares prestam solidariedade a Maia após ataques de Bolsonaro

“Ele quer atacar o governo federal, enfiar a faca. Parece que a intenção é me tirar do governo. Quero crer que esteja equivocado”, disse Bolsonaro sobre o presidente da Câmara

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia - Foto: Cleia Viana/Agência Câmara

Deputados de diversos partidos prestaram solidariedade ao o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), duramente atacado pelo presidente Bolsonaro que o acusa de tramar contra o seu governo e ter uma “péssima” atuação no parlamento.

Em entrevista à CNN, o presidente Bolsonaro disse que há um sentimento de que Maia não quer amenizar os problemas. “Ele quer atacar o governo federal, enfiar a faca. Parece que a intenção é me tirar do governo. Quero crer que esteja equivocado”, atacou Bolsonaro.

“O presidente ataca como um velho truque da política. Quando você tem uma notícia ruim, como a demissão do ministro Mandetta, ele quer trocar o tema da pauta”, respondeu Maia.

E prosseguiu: “O nosso tema continua sendo a saúde, continua sendo as ações que foram conduzidas pelo ministro Mandetta e agora vão ser construídas pelo novo ministro. Estamos no Parlamento, desde o início, discutindo temas com toda a seriedade do mundo, com toda a equipe do governo.”

Repercussão

O deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA) diz que Maia está com muita responsabilidade ajudando o Brasil a resistir às trapalhadas, omissões e irresponsabilidade do presidente.

“Bolsonaro é um incapaz crônico que só vive de futricas e brigas quando deveria governar para proteger o Brasil da pandemia”, criticou.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) afirmou que Bolsonaro é um político medíocre, incapaz de uma iniciativa construtiva.

“Daí que necessita de um inimigo imaginário para justificar a própria incompetência. Mandetta foi um inimigo disfuncional, se tornou mais popular que ele. Por isso, precisou demiti-lo e arrumar outro inimigo”, afirmou o deputado.

“Quero discordar veemente das palavras do presidente Jair Bolsonaro, ao falar contra o Maia. Ele não falou contra o presidente da Câmara, ele falou contra o Congresso”, disse o deputado Paulo Guedes (PT-MG).

“Nós não podemos aqui ceder a essas provocações do presidente da República, embora ele merecesse ouvir algumas verdades mais duras de Maia”, afirmou Wolney Queiroz (PDT-PE).

“Nós lamentamos profundamente mais um pronunciamento equivocado do presidente da República. Nós não aceitamos as palavras que ele dirigiu ao senhor (Maia). Nós somos testemunhas do esforço que tem feito para construir acordos na Casa e fazer com que o Poder Legislativo possa desempenhar o seu papel de contribuir para o País neste momento de grande dificuldade”, afirmou o líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon (RJ).

O deputado Marcelo Ramos (PL) diz que Bolsonaro não será ouvido no parlamento. “Na baixaria que tentar nos levar, Bolsonaro falará só! Ao familiar enlutado, ao empresário falido, ao trabalhador desempregado, não interessa a briga entre poderes. Seguiremos focados em medidas sanitárias, econômicas e sociais que combatam o único inimigo: o covid-19”, argumentou.

O deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), relator da reforma da Previdência, também saiu em defesa do Parlamento. “Nós não queremos carinho, nós não queremos elogios, nós queremos fazer o certo. Nós entendemos que estamos fazendo o certo e precisamos que ele (Bolsonaro) compreenda isso, porque o único adversário que temos neste momento se chama coronavírus”, disse.

O líder do Novo, Paulo Ganime (RJ), também fez críticas à postura do presidente e pediu o fim da polarização. “Cabe à população avaliar e julgar o nosso trabalho. Não cabe ao presidente da República trazer uma polarização ainda maior, principalmente, em um momento como esse de crise quando Brasil precisa se unir”, disse Ganime.

“O parlamento tem de ser grande, altivo e atender a população brasileira. Não a governos”, disse o líder do Podemos, Léo Moraes (RO).

Com informações do Portal Terra

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