Parlamentares lamentam possível saída de Mandetta: “Irresponsabilidade”

As especulações sobre uma nova crise envolvendo o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e o presidente Jair Bolsonaro voltaram […]

As especulações sobre uma nova crise envolvendo o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e o presidente Jair Bolsonaro voltaram a dominar as atenções de políticos, especialmente os parlamentares, nesta quarta-feira (15).

Os rumores sobre a iminente saída do chefe da pasta ganharam nova dimensão após o epidemiologista Wanderson de Oliveira, principal formulador da estratégia de combate à pandemia do coronavírus, pedir demissão, na manhã de hoje, do cargo de secretário nacional de Vigilância em Saúde.

“Irresponsabilidade insana”

“Incapaz de liderar o Brasil no enfrentamento à pandemia, o presidente Jair Bolsonaro, ao contrário, não cansa de atrapalhar. Mudar a equipe do Ministério da Saúde a essa altura é uma irresponsabilidade insana”, disse o vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA), sobre a baixa registrada no dia seguinte ao Brasil anunciar mais de 200 óbitos em 24 horas.

Para o deputado, o mandatário “continua agindo como um psicopata, que ignora cruelmente tantas mortes e tantas milhares de outras que ocorrerão. Mudanças na pasta agora reforçam o lado em que está atuando o presidente: do lado do coronavírus, contra o Brasil, contra os brasileiros”.

Candidato à presidência em 2018 pelo PSOL, Guilherme Boulos foi taxativo sobre a possível demissão de Mandetta. “O Brasil é o único país do mundo em que o Ministro da Saúde vai cair por ter decidido combater o coronavírus”, escreveu em suas redes sociais.

À deriva

Deputado federal eleito pelo PT, Rogério Correia (MG) definiu que a inércia de Bolsonaro diante da crise se traduz em ego.

“Brasil à deriva. Em plena guerra contra uma pandemia global, a equipe do ministro da Saúde (ainda), Luiz Henrique Mandetta, vai se esfacelando. Temos o pior presidente da história, o pior do mundo atualmente, na pior hora possível. O ego de Bolsonaro está sabotando todos os esforços de combate ao coronavírus. É um absurdo!”, comentou.

Companheiro de partido de Correia, o deputado Bohn Gass (PT-RS) também foi direto ao comentar a segunda disputa interna no Governo em apenas duas semanas.

“Crise no Ministério da Saúde? Tudo o que o Brasil precisa em plena pandemia. Mas a ignorância de Bolsonaro vai desestruturar/atrasar toda a equipe/trabalho do ministério. E justo no momento em que o número de mortes se eleva. Que nem tente culpar outros pelo desastre. A culpa é dele!”, enfatizou.

Saída certa?

Ontem, Mandetta teria avisado a auxiliares e assessores próximos que, na sua avaliação, a demissão do cargo está próxima e voltou a confirmar a informação nesta tarde, com deputados da comissão externa que analisa propostas para o combate à crise da Covid-19.

A relação entre Bolsonaro e o Mandetta ficou ainda mais difícil após o ministro afirmar ao Fantástico, no último domingo (12), que população ficou confusa diante da crise da Covid-19, porque “não sabia se escutava o ministro ou o presidente”.

À coluna Radar, da Revista Veja, o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), declarou hoje que a demissão do ministro seria encarada como uma “péssima notícia” para o país. “Para o Democratas, foco é no trabalho, o que menos preocupa o Mandetta é o Diário Oficial. Já não é mais surpresa para nós”, disse parlamentar.

Depois de recuperar o apoio da ala militar do Governo, que reconheceu a incompatibilidade de ambos, presidente afirmou a aliados que Mandetta será demitido ainda esta semana.

Fonte: DCM

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