Bolsonaro sai às ruas, incentivando população a correr risco

O presidente da República contrariou seu próprio ministro da Saúde, que pediu no sábado (28) que os brasileiros fiquem em casa.

Presidente saiu às ruas e incentivou aglomerações

Contrariando as orientações do Ministério da Saúde, o presidente da República, Jair Bolsonaro, voltou a dar um show de irresponsabilidade neste domingo (29). Bolsonaro saiu às ruas de Taguatinga, Ceilândia e Sobradinho, regiões administrativas do Distrito Federal, e postou em suas redes sociais vídeos conversando e cercado de pessoas que se aglomeraram em volta dele.

Ontem (28) o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, pediu em coletiva de imprensa que as pessoas fiquem em casa. Segundo relato do Estadão, Mandetta fez a recomendação em público após uma reunião com Bolsonaro e outros ministros em que alertou o presidente sobre o risco de não levar a sério a pandemia do novo coronavírus.

“Estamos preparados para o pior cenário, com caminhões do Exército transportando corpos pela rua? Com transmissão ao vivo pela internet?”, disse Mandetta no encontro, segundo a publicação. O ministro teria pedido também um “ambiente favorável” à união, com esforços em conjunto com estados e municípios. O ministro da Saúde teria afirmado ainda que, se Bolsonaro saísse na rua, teria de criticá-lo, ao que Bolsonaro teria respondido que, nesse caso, o ministro seria demitido.

Na coletiva que se seguiu ao encontro, embora tenha pregado a necessidade do isolamento, Mandetta criticou a imprensa, chamando-a de “tóxica” e dizendo que as notícias que vêm sendo veiculadas trazem “mais estresse à população”. A atitude do ministro foi interpretada pelos jornalistas como uma forma de agradar Bolsonaro.

Apesar do alerta do ministro quanto ao risco de desrespeitar as recomendações dos órgãos de saúde, Bolsonaro parece determinado a desautorizá-lo e dobrar a aposta.

No post sobre a ida a Sobradinho, o perfil do presidente faz uma provocação à imprensa. “A imprensa diz que está nas ruas porque precisa trabalhar, mas e o povo?”. O presidente não menciona que um decreto assinado por ele próprio definiu o trabalho da imprensa como serviço essencial, assim como atividades na área de alimentação e saúde.

De acordo com o UOL, antes do giro pelos cidades do Distrito Federal, o presidente foi à farmácia e ao Hospital das Forças Armadas (HFA). O Planalto não informou o motivo pelo qual Bolsonaro foi ao hospital. Disse apenas que o presidente da República esteve em “agenda pessoal”.

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