TCU deverá averiguar distorção no Bolsa Família em relação ao Nordeste

Presidente do TCU, ministro José Múcio, informou que providências já estão sendo tomadas pelo Tribunal para averiguar baixo índice de novos beneficiários no Nordeste

(Foto: EBC)

O senador Rogério Carvalho (SE), líder do PT no Senado, e o senador Paulo Rocha (PT-PA), estiveram nesta quinta-feira (12) com o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro José Múcio Monteiro, para saber quais medidas estão sendo tomadas pelo Tribunal acerca da informação de que o governo Bolsonaro destinou apenas 3% dos novos benefícios do Bolsa Família para a região Nordeste, enquanto Sul e Sudeste responderam por 75% dos destinos dos novos beneficiários.

“O Bolsa Família é um programa fundamental para combater a miséria e a fome no nosso País. Por isso, a nossa preocupação. Os técnicos do TCU vão averiguar os critérios que estão sendo adotados para a inclusão no Bolsa Família. O presidente do TCU se comprometeu em nos informar sobre o resultado das diligências e as medidas que devem ser adotadas”, explicou o senador, após a reunião com o ministro do TCU.

O presidente do TCU informou que as providências já estão sendo tomadas pelo Tribunal e as diligências devem ser iniciadas ainda nesta quinta-feira em atendimento as quatro representações enviadas ao órgão solicitando que o TCU apure o caso.

De acordo com reportagem de O Estado de S. Paulo, do último dia 5, por meio de dados fornecidos pelo Ministério da Cidadania, em janeiro, o governo Bolsonaro priorizou as regiões Sul e Sudeste na concessão dos novos benefícios do programa Bolsa Família, apesar de a região Nordeste concentrar 36,8% das famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza aguardando na fila do programa.

Segundo dados de dezembro de 2019, em todo o Brasil, 3,6 milhões de famílias viviam em situação de pobreza ou extrema pobreza – com renda familiar per capita entre R$ 89 e R$ 178 mensais -, estavam cadastradas no programa, mas não receberam nenhum valor.

O Sudeste, que é a região mais atendida, também possui um volume grande de famílias naquela situação fora do Bolsa Família, mas em comparação com o Nordeste, o número é menor.

Enquanto que nos nove estados nordestinos há 939,6 mil famílias vivendo com uma renda per capita abaixo dos R$ 89 mensais – maior número -, em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo são 868,3 mil. Na região Sul, são 186,7 mil famílias em situação de extrema pobreza, e os três estados (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná) tiveram o segundo maior número de novas concessões.

“Queremos saber do TCU o porquê de [o governo Bolsonaro] privilegiar as regiões mais ricas do País e perseguir as regiões mais pobres”, criticou o senador Rogério Carvalho.

PT no Senado

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