A destruição gradual da Petrobras

O povo não tem noção do quanto é nociva a destruição aos poucos da cadeia integrada da Petrobras.

Ao esquartejar a petrolífera, retira-se seu caráter estratégico e potencial de autonomia. É privatizar aos poucos. A Petrobras, se privatizada, privatizaremos o pré sal, assim como quando a Vale do Rio Doce foi privatizada, privatizaram as jazidas das nossas riquezas exploradas pela Vale. Aliás, foi uma condição estipulada pelos compradores. A venda da Vale, além de ter sido por um preço inferior ao seu lucro, alienou o solo explorado, com riquezas imensuráveis, sem preço.

Se a Petrobras for privatizada, até o serviço de geologia e toda tecnologia desenvolvida pela empresa para encontrar e explorar petróleo serão vendidos. Deixa de ser uma riqueza do Brasil para ser dos acionistas, geralmente os grandes grupos estrangeiros. A privatização das refinarias em nada traz vantagem para o povo. Não vai permitir ao Brasil ter capacidade de refino, porque é o capital estrangeiro que compra. Nós vamos continuar importando mais de 400 mil barris em derivados, por dia, gastando divisas com o produto de valor agregado que o consumidor compra (diesel, gasolina e etc.) E, com o tempo, a necessidade de importar mais derivados vai aumentar, assim como os preços.

Se bem utilizado o papel da Petrobras, o Brasil poderia atender seu mercado interno enérgico, estender o consumo per capita de energia, baixo se comparado aos países desenvolvidos , e parar de exportar petróleo cru. A Petrobras tem tecnologia para refinar seu petróleo. Pra que privatizar refinarias?

O petróleo é um recurso geopoliticamente estratégico. Os EUA promovem conflitos para ter acesso a essa riqueza! E nós somos permissivos à hipótese de privatização do recurso que é indispensável ao desenvolvimento do povo. Qual é o real argumento para privatizar o patrimônio brasileiro? Nenhum. Só atende aos interesses da burguesia infecunda de nacionalidade híbrida e associada ao imperialismo corporativo com sede nos países tido como ricos e demandantes de nossa matéria prima.

Exportação de commodities – por preço de banana e livre de tributação – para atender às necessidades desenvolvimentistas dos países “ricos”, é uma espoliação das riquezas do povo. O Brasil é um dos países mais ricos em recursos naturais do mundo! O modelo econômico não está conectado com nossas riquezas reais, por isso é descompensado, falho e não será com manual neoliberal, como quer Paulo Guedes, aplicado há décadas e sem êxito, que vamos sair de crises. Temos 20% da água doce e potável do mundo, grandes jazidas de ouro, diamante, ferro, nióbio… Temos muito petróleo e capacidade tecnológica para encontrar mais e explorar, além de refinar. Temos clima favorável à produção de alimentos saudáveis e livres de agrotóxicos, vastas terras fecundas, mão de obra, ou seja, força de trabalho disponível para mover a economia verdadeira e atender à demanda produtiva, assim como mercado consumidor interno. Temos tudo que precisamos para desenvolver este país.

Por que parte do povo ainda acredita que a saída é entregar sua riqueza aos “estranhos estrangeiros” para ter emprego e qualidade de vida melhor? Nenhum país se desenvolveu exportando suas riquezas via multinacionais com sede no exterior. Nenhum país industrializado se industrializou assim. A proteção das nossas riquezas naturais e patrimônios estatais é a maior luta que temos a realizar. Sem essas riquezas e uma economia lastreada nela, nacional, revertida em recursos à educação, saúde, ciência e tecnologia, saneamento básico e etc, não será doando tudo e esperando os estrangeiros trazerem investimentos para promover o bem estar de um povo, que iremos prosperar. Porque eles, os estrangeiros, sequer têm simpatia cultural por nós!

Os estrangeiros não estão nem aí pra gente.

Fonte: Portal Disparada

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