PCdoB defende ampla e imediata resposta ao golpismo de Bolsonaro

Atitude do presidente da República de incitar ato contra o Congresso Nacional atenta contra a democracia e a Constituição.

Luciana Santos - Reprodução: PCdoB na Câmara

A presidenta do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Luciana Santos, considerou gravíssima a atitude do presidente da República, Jair Bolsonaro, de chancelar seu apoio a um ato contra o Congresso Nacional, marcado para o dia 15 de março.

O ato contra a democracia já estava sendo veiculado por seus apoiadores. O presidente apoiou a convocação nas redes sociais e divulgou um vídeo se apresentando como salvador da pátria.

Na semana passada, em cerimônia no Palácio do Planalto, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, chamou o Congresso de “chantagista” e pediu para o “povo” ir às ruas contra o parlamento, atitude que incentivou a convocação do ato de 15 de março.

Batalha das ruas

Para Luciana Santos, a ameaça de Bolsonaro e sua pregação continuada contra a democracia mostra que suas atitudes não são mera retórica. Esse episódio é uma prova inconteste de que Bolsonaro vai testando os limites no rumo de impor uma mudança de regime no país, avalia.

Diante dessa ameaça real, afirma a presidenta do PCdoB, são imperativas a tomada de posição e a união de todas as lideranças dos partidos que prezam a democracia, independente de matizes ideológicas e eventuais divergências políticas.

Luciana Santos orientou a liderança do PCdoB na Câmara dos Deputados e toda a bancada a empreender intensa mobilização para agregar e pôr em ação um amplo leque de parlamentares em defesa da democracia.

A presidenta do PCdoB fez contato com o fórum dos partidos de esquerda para propor uma reunião, o mais breve possível, com convite extensivo a todos partidos que se opõem ao ataque ao Poder Legislativo.

Luciana Santos também avalia que os governadores vêm desempenhando papel importante na defesa da institucionalidades e são fundamentais nesse momento. Ela tem mantido contato constante com Flávio Dino, governador do Maranhão, um dos líderes dessa tomada de posição dos governadores.

A presidenta do PCdoB considera também que a batalha das ruas, a mobilização povo, é outra questão chave. Para ela, as entidades dos movimentos sociais e sindical devem organizar uma ampla mobilização popular em defesa da democracia. Ela está em conversações com lideranças desses movimentos para contribuir com a busca de uma ação unitária.

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Ex-presidentes

A gravíssima atitude do presidente objetivamente tem um conteúdo de ruptura com o regime democrático e põe em risco a democracia.

Nesse tom, reagiram três ex-presidentes da República: Fernando Henrique Cardoso (FHC), Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Segundo FHC, o país está “com uma crise institucional de consequências gravíssimas”. “Calar seria concordar. Melhor gritar enquanto se tem voz, mesmo no Carnaval, com poucos ouvindo”, afirmou.

“É urgente que o Congresso Nacional, as instituições e a sociedade se posicionem diante de mais esse ataque para defender a democracia”, disse Lula.

Dilma Rousseff asseverou que Bolsonaro e o general Heleno estão atentando descaradamente contra a Constituição e a democracia. “Torna-se  urgente e necessária forte resposta das instituições ou o país mergulhará, mais uma vez, na escuridão das ditaduras”, alertou.

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Posição firme

O governador do estado Maranhão, Flávio Dino, também se pronunciou com contundência. Ele considerou o caso “extremamente grave” e lembrou que “coação constitui crime de responsabilidade”.

Deputados e deputadas da bancada do PCdoB igualmente responderam com firme à ameaça de Bolsonaro. Vários parlamentares de outras legendas também se posicionaram com veemência – entre eles os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Humberto Costa (PT-PE), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Weverton Rocha (PDT-MA).

O líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), propôs uma reunião de emergência entre os presidentes da Câmara e do Senado, e líderes dos partidos. “Temos que parar Bolsonaro! Basta! As forças democráticas deste país têm que se unir agora. Já! É inadiável uma reunião de forças contra esse poder autoritário. Ou defendemos a democracia agora ou não teremos mais nada para defender em breve”, disse Molon.

A líder da Minoria na Câmara dos Deputados, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), enviou mensagem a Rodrigo Maia pedindo uma posição firme em defesa do Poder Legislativo. “Não dá pra encarar mais essa atitude do presidente como algo menor ou isolado”, disse ela.

Da redação, com informações de agências

5 comentários para "PCdoB defende ampla e imediata resposta ao golpismo de Bolsonaro"

  1. Darcy Brasil disse:

    Fiquei nas redes sociais (enquanto nela estive, de janeiro até setembro, quando deliberei delas sair, cansando de tanta falta de consciência politica da necessidade de unidade e luta) alertando para os sinais cristalinos que indicavam que o projeto politico do chamado bolsonarismo era o de aplicar um golpe de estado em nosso país. Para mim, o núcleo desse golpe seria aqueles militantes que conhecemos durante a campanha de Bolsonaro, ou seja, indivíduos que revelavam um comportamento claramente condicionado por treinamento militar: policiais militares e oficiais de baixa patente das Forças Armadas, organizados pela atuação politica agressiva das milícias no interior dos quartéis. Desde janeiro (desde o início do governo Bolsonaro, portanto) passei a defender que a unidade dos partidos e movimentos sociais progressistas deveria priorizar a denúncia desta tentativa de golpe, mobilizando todas as forças democráticas antifascistas para a necessidade de organizar uma Frente Ampla para lutar principalmente nas ruas visando resistir a esse golpe. Essa luta, para mim, seria suprapartidária, demandando a participação de todas as forças políticas que se opõem ao fascismo, tal como, no passado, ocorreu durante o movimento “diretas já”. Hoje, se impõe também um exame de consciência dos grupos politicos da esquerda que fomentaram (e continuam fomentando) a divisão do campo popular com picuinhas contra rivais políticos na luta institucional, cegados por ilusões com vitórias eleitorais em eleições ameaçadas de sequer serem realizadas. O bolsonarismo se deu conta que será derrotado eleitoralmente pelo agravamento das já dificieis condições de vida de nosso povo, que seu projeto social e econômico implica. As milícias, parte fundamental desse grupo politico e ideológico, sabem que passaram a ser percebidas como a maior ameaça aos interesses maiores de nossa sociedade que jamais admitirá ser subjulgada por grupos de criminosos comuns, sem respeito pela vida humana, pela democracia, pela lei, sem amor à patria, ao nosso povo e à nação, movidos apenas pelo desejo de enriquecer, não importando porque meios. É hora de despertar da alienação, a pior de todas, pois é a que faz sua vitima acreditar que possui consciência política da realidade que o cerca, priorizando a luta contra o fascismo que bate à nossa porta, organizando uma Frente Ampla e Democrática para derrotá-lo. Fascistas, não passarão!

  2. João Milton da Silva Santos disse:

    Movimento sociais e lideranças democráticas devem fazer um manifesto convocando o povo as ruas para resistir

  3. Carmem Lima disse:

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