Centrais sindicais definem calendário de luta e ato diante da Fiesp

Entidades também decidiram realizar um 1º de Maio unificado, a exemplo do que ocorreu no ano passado

Na primeira reunião de 2020, representantes das centrais sindicais definiram um calendário de atividades que começa na próxima segunda-feira (3/2), com protesto diante da sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Avenida Paulista. As entidades também decidiram realizar um 1º de Maio unificado, a exemplo do que ocorreu no ano passado.

O ato em frente à Fiesp denuncia o alinhamento irresponsável e oportunista do presidente da entidade, Paulo Skaf, à gestão Jair Bolsonaro. Segundo Skaf, o governo estaria fazendo as “reformas ” necessárias ao País. Mas a principal razão da aliança Fiesp-Planalto é o possível apoio bolsonarista a uma candidatura de Skaf ao governo paulista em 2022.

Não à toa, três lideranças empresariais de São Paulo – Horácio Lafer Piva, Pedro Passos e Pedro Wongtschowski – escreveram um artigo conjunto na Folha de S.Paulo para criticar a partidarização da Fiesp: “O que fazem os presidentes de sindicatos (patronais) e os bons nomes que ocupam conselhos da entidade, a com seu silêncio compactuar com o uso político, partidário mesmo, escolhas duvidosas, culto a personalidades?”.

Para o presidente da CTB, Adilson Araújo, a “defesa da indústria brasileira” deve ser a “bandeira prioritária” do sindicalismo: “Temos consciência de que a indústria é o carro chefe do desenvolvimento nacional. O atual presidente da Fiesp não está sintonizado com esta luta – ao contrário, apoia a política entreguista do governo da extrema direita, que acelera o processo de desindustrialização e desnacionalização da nossa economia”.

Segundo João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, uma das questões centrais deste ano será em torno da qualidade do emprego. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados na semana passada, mostram algum crescimento do emprego formal em 2019, mas a maioria das vagas é de baixa remuneração. E uma parcela é de postos de trabalho intermitentes.

Realizada na sede do Dieese, em São Paulo, a reunião contou com a presença de dirigentes da CTB, CUT, Força Sindical, CGTB, CSB, CSP-Conlutas, Intersindical (as duas que levam esse nome) e UGT. A Nova Central não participou do encontro, mas acompanha as resoluções.

O calendário aprovado inclui atos em agências do INSS, em 14 de fevereiro, em defesa da Previdência Social. Em março, haverá atividades nos dias 8 (Dia Internacional da Mulher) e 18 (mobilização em defesa do serviço público e das empresas estatais). Estão previstas ainda manifestações no Congresso.

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