Comunistas da Espanha voltam ao governo, depois de 81 anos

Os comunistas não faziam parte do governo desde 1939, com a derrota dos republicanos na Guerra Civil contra o fascismo, […]

Pedro Sanchez, Spain's prime minister waves to supporters while celebrating at Socialist party headquarters in Madrid on Nov. 10, 2019. MUST CREDIT: Bloomberg photo by Angel Navarrete.

Os comunistas não faziam parte do governo desde 1939, com a derrota dos republicanos na Guerra Civil contra o fascismo, liderado pelo general Francisco Franco Bahamonde. Sanchez foi eleito em votação apertada, com 167 votos a favor, 165 contra e 18 abstenções.

Com a promessa de “diálogo” para enfrentar a “discórdia e a fragmentação”, o socialista ele defendeu neste domingo (12) diz estar confiante para lidar com os desafios do Brexit e do separatismo catalão. “É um governo plural, é um governo de coalizão, mas com um firme propósito de unidade”, afirmou em um breve comunicado institucional.

Os ministros tomarão posse na segunda-feira e na terça-feira realizarão seu conselho inaugural. Será o primeiro gabinete de coalizão na Espanha em mais de 80 anos e o primeiro nessas quatro décadas de democracia.

Conta com quatro vice-presidências, incluindo a de Direitos Sociais, liderada pelo líder do Podemos Pablo Iglesias, e 18 ministérios. No total, 12 homens e 11 mulheres formam um executivo comprometido com a “plena igualdade”, garantiu o presidente.

Manifestação da extrema direita

Sánchez optou por dois defensores da ortodoxia fiscal na Economia (Nadia Calviño, também vice-presidente) e Previdência Social (José Luis Escrivá).

Ainda assim, o governo quer demarcar terreno com uma série de medidas: um novo aumento no salário mínimo (já aumentado em 22% em 2019), maior pressão fiscal sobre os mais ricos, um freio nos “aumentos abusivos do aluguel” e derrogação parcial de uma “reforma” trabalhista de 2012 que permite às empresas demitir trabalhadores em licença médica ou modificar contratos unilateralmente.

Militantes do partido de extrema-direita Vox, terceira força parlamentar, manifestaram em várias cidades da Espanha neste domingo (12) contra o que consideram um “governo nas mãos do separatismo”.