A sujeira da Lava Jato foi destaque da Semana Vermelha

Usando a corrupção como biombo, a Lava Jato destruiu empresas brasileiras e a economia do país. E também a democracia, a soberania e a dignidade nacionais – é o que se depreende da declaração do ministro e presidente do STF Dias Toffoli. Que surgiram no cenário em que os sindicatos sofrem o golpe da PEC 196 – que acaba com a unicidade sindical. E Bolsonaro e o bolsonarismo parecem derreter no Rio de Janeiro, e com o aumento da rejeição ao governo do capitão-presidente.

Os danos da Lava Jato para o Brasil – Dias Toffoli: Lava Jato “destruiu empresas” brasileiras – O presidente do STF e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), José Antônio Dias Toffoli, criticou os os efeitos da Lava Jato sobre a economia brasileira – ela “destruiu empresas” nacionais, disse o ministro. Esse ataque, segundo Toffoli, a “Lava Jato foi muito importante, desvendou casos de corrupção, colocou pessoas na cadeia – mas destruiu empresas. Isso jamais aconteceria nos Estados Unidos. Jamais aconteceu na Alemanha”. “A nossa legislação funcionou bem para a colaboração premiada da pessoa física. Mas a da pessoa jurídica não ficou clara.” Toffoli defende novos procedimentos para acordos de leniência envolvendo empresas processadas, com uma espécie de moderação do Supremo.  

A PEC 196 esmaga os sindicatos – Centrais denunciam a PEC 196: “Mais um golpe na organização sindical” – CTB e CGTB denunciam medida que propõe “a pulverização e o enfraquecimento do movimento sindical brasileiro” – As centrais denunciaram os ataques da PEC 196 ao movimento sindical. De autoria do deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM), a medida foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Além de atacar o princípio da unicidade sindical, “tem também um caráter diversionista e extemporâneo, semeando desavença, discórdia e divisão entre as centrais”, acusam os sindicalistas.

Sindicatos – sob os ataques da  direita, o número de filiados passou de 16,1% (2012) para 12,5% (2018) – Como atrair os trabalhadores de volta aos sindicatos? – Líderes sindicais e especialistas são unânimes em apontar a conjuntura nacional como causa da queda recorde nas taxas de sindicalização. As taxas de sindicalização no Brasil não resistiram à “tempestade perfeita” que inundou o mercado de trabalho nesta década. Desde 2012, os sindicatos perderam 2,88 milhões de sócios. O índice de sindicalização passou de 16,1% (2012) para 12,5% (2018). Além da crise econômica e do gigantesco desemprego, fatores políticos – como a contra reforma trabalhista do usurpador Michel Temer – compõem este cenário de dificuldades. Sob Bolsonaro, a guerra ganhou novos capítulos, na forma de PECs e MPs que tentam enfraquecer os sindicatos. “Estamos numa conjuntura muito difícil no Brasil”, diz Augusto Petta, coordenador-técnico do CES (Centro de Estudos Sindicais). “Interessa ao governo acabar com as entidades sindicais, que, mesmo com todas as dificuldades, representam obstáculo à perda dos direitos trabalhistas e previdenciários, aos ataques à soberania e à democracia.”

Guerrilha do Araguaia – punição aos assassinos – Militares são denunciados por crimes na Guerrilha do Araguaia – Foram apresentadas pelo MPF três novas denúncias contra o Major Curió e mais seis militares, elevando para nove o número de denúncias sobre crimes cometidos à época no Araguaia -Curió e seis militares torturam e mataram combatentes na Guerrilha do Araguaia. São acusados pelo homicídio qualificado e ocultação de cadáveres de Lúcia Maria de Souza, Dinaelza Soares Santana Coqueiro e Osvaldo Orlando da Costa. As penas podem chegar a 33 anos de prisão para cada assassinato. Também foi pedido que os acusados indenizem as famílias das vítimas e percam as aposentadorias e condecorações recebidas durante a carreira. Além de Curió foram  denunciados também  Lício Augusto Maciel, José Conegundes do Nascimento, João Lucena Leal, João Santa Cruz Sacramento, Celso Seixas Marques Ferreira, Pedro Correa dos Santos Cabral.

A lavanderia Bolsonaro – MP acusa Flávio Bolsonaro de “lavar” R$ 638 mil em compra de imóveis  – Para os promotores, o uso de dinheiro vivo era para lavar o dinheiro obtido por meio da “rachadinha” no antigo gabinete de Flávio na Alerj.

O esvaziamento de Bolsonaro entre os cariocas – Influência de Bolsonaro despenca no Rio de Janeiro, seu berço político – Aliados do presidente ainda acreditam que poderá inventar um candidato na eleição do Rio de Janeiro, mas está cada vez mais difícil.

Bolsonaro quer Moro pra vice em 2022 – Bolsonaro já divulga chapa com Moro em 2022: “Tem de ver se ele quer” – Bolsonaro admitiu, em entrevista à Veja, que quer formar uma chapa com Sergio Moro em 2022. “Tem de ver se ele quer”, – “Nós somos Zero Um e Zero Dois”, disse Bolsonaro. “Nunca entrei em detalhes com ele sobre esse assunto. Mas seria uma chapa imbatível”, acredita. Percebendo o desconforto da declaração, o presidente recuou e disse não querer “causar ciúme” em ninguém. “Daria um sinal de que não está satisfeito com o Mourão – e da minha parte está tudo tranquilo”, disse. De forma curiosa, Bolsonaro afirmou que seu “inimigo número 1” não é nenhum político de esquerda – mas, sim, o ex-aliado Wilson Witzel (PSC), governador do Rio de Janeiro e ultradireitista, como o presidente. De acordo com Bolsonaro, Witzel usa a Polícia Civil para tentar envolver ele e seus filhos no crime organizado. “O governador botou na cabeça que vai ser presidente e tem de me destruir. Depois da história do porteiro e das buscas na casa da minha ex-mulher, ele está preparando uma nova armação”, disse. “Já sei que eles pegaram dois milicianos, sei lá quem, conversando e a Polícia Civil gravando. Tem vários diálogos falando que no passado eu participava das milícias, pegava dinheiro, e agora, presidente, não participo mais. Papo de vagabundo.”

A velhíssima “cara nova” da direita -Luciano Huck confirma candidatura à Presidência e já busca alianças – O apresentador da TV Globo conversa com PSDB e DEM; ele quer se lançar em 2022 pelo Cidadania como candidato de centro-direita a presidente da República.

Bolsonaro: confiança em queda – Pesquisa Ibope: 56% dos brasileiros não confiam em Bolsonaro – O percentual de brasileiros que avalia o governo como ruim ou péssimo passou de 34%, em setembro, para 38% em dezembro – a reprovação aumentou de 50% para 53%, mostra pesquisa Ibope divulgada na sexta-feira (20) pela CNI; 56% dos brasileiros não confiam em Bolsonaro, ante 41% que  dizem confiar. Os dados mostram tendência ininterrupta de queda desde abril, quando, segundo a pesquisa CNI/Ibope, 35% dos entrevistados consideravam o governo ótimo ou bom (queda de 6% em oito meses). Os dados revelam  aumento de 11% dos brasileiros que, desde abril, consideram o governo ruim ou péssimo.

Robots não substituem humanos – Indústria começa a recontratar operários para o lugar das máquinas – A robotização desenfreada pode ter pela frente um caminho acidentado – 21/12/2019 – A Boeing tentou mas já jogou a toalha e, neste ano, abandonou seu ambicioso projeto de delegar apenas a robôs a fabricação das principais partes da fuselagem das aeronaves 777 e 777x – o sistema que funcionava na fábrica em Everett, Washington (EUA) foi desenvolvido para ser o suprassumo da automação: um exército de máquinas instalaria 60 mil rebites por aeronave, acoplando as placas de metal que formam a estrutura dos jatos. Mas os robôs não conseguiam trabalhar com a sincronia necessária, provocando uma série de erros que precisavam ser corrigidos por mãos humanas. Com isso, o volume de horas extras dos trabalhadores “humanos” explodiu diante da incompetência de seus colegas androides. Aos operários de carne e osso, o fracasso da Boeing, em sua arrogância automatizada, tem certo sabor de Schadenfreude – expressão alemã para a ideia de satisfação diante do infortúnio alheio. No ano passado, a venda de robôs atingiu o recorde de US$ 16,5 bilhões, com um crescimento de 6% no número de unidades produzidas, segundo a Federação Internacional de Robótica (FIR). Mas alguns movimentos sugerem que a robotização desenfreada – antes de confirmar sua supremacia – pode ter pela frente um caminho acidentado. Em 2016, a Mercedes-Benz já alegava que os robôs não davam conta da complexidade e do nível de customização que a fabricante deseja oferecer em seu luxuoso Classe S. No ano passado, quem deu um passo atrás foi a americana Tesla, fábricante de veículos elétricos. Houve problemas com a robotização e, para acelerar a produção, decidiu contratar mais trabalhadores. “A automação excessiva na Tesla foi um erro. Meu erro, para ser mais preciso. Humanos são subestimados”, admitiu o empresário Musk .

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