BNDES anuncia torra-torra de ações da Petrobras

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deu início na ao processo de venda de suas ações ordinárias (com direito a voto) da Petrobras. Caso venda a totalidade desses papéis no mercado, o banco poderá levantar até R$ 24 bilhões, com base nas cotações atuais, o equivalente de 6% do capital total da petroleira.

Governo tem política de desmonte do BNDES - REUTERS/Sergio Moraes

É mais um recurso de grande monta que entra na conta do “ajuste fiscal”, a política de transferir recursos públicos para o rentismo privado. A negociação é esperada para ocorrer até março. A contratação de bancos para conduzir essa operação já foi autorizada pelo conselho de administração do BNDES. Ao todo, o BNDES detém cerca de R$ 52 bilhões em ações na petroleira.

O colegiado ainda vai decidir sobre o consórcio de bancos que será formado e a banda de preços de venda – ao todo, oito bancos deverão trabalhar na oferta, que poderá incluir papéis negociados nos Estados Unidos. O conselho do BNDES também autorizou a venda, por meio da mesa de operações, nos pregões diários, de “até a totalidade” das ações preferenciais.

O anúncio do BNDES já era esperado. A aceleração da venda das ações em posse do banco é uma das metas da gestão do presidente do banco, Gustavo Montezano, que já sinalizou publicamente que, em três anos, pretende reduzir a carteira total, hoje de R$ 114 bilhões, em cerca de 80%.

Destruição do banco

“Joia da coroa”, com 40,7% do valor total, a fatia na Petrobras é o alvo preferencial dessa estratégia de vendas, que não ficará apenas nesse movimento. Na próxima semana, o BNDES venderá, também via oferta de ações, sua participação no frigorífico Marfrig e transferirá cerca de R$ 2 bilhões para o “ajuste fiscal”.

No início de 2020, está prevista a venda de metade de sua fatia na JBS – cerca de R$ 8 bilhões. O cronograma de 2020 inclui ainda as vendas das ações da siderúrgica Tupy e da empresa de energia Copel.

Ao concretizar por inteiro a intenção de vender toda sua participação em ações ordinárias no capital da Petrobras, a direção do BNDES dará mais um passo no sentido da destruição do banco de fomento criado por Getúlio Vargas. O primeiro grande passo foi dado pelo pagamento antecipado da dívida da Petrobras com o banco.

Com informações são do jornal O Estado de S. Paulo