Corregedoria do MP investigará propina a procurador da Lava Jato

A corregedoria do Ministério Público vai abrir procedimento para investigar suposto pagamento de propina feito pelo doleiro Dario Messer ao procurador Januário Paludo, da Lava Jato no Paraná. A informação foi confirmada pela PGR (Procuradoria Geral da República) neste sábado (30). Em mensagens trocadas com a namorada em agosto de 2018, Messer – considerado o “doleiro dos doleiros” – cita o integrante do MP como um dos destinatários do suborno pago pelo criminoso em troca de proteção.

Januário Paludo

Uma reportagem do UOL descreveu, também no sábado, relatório da Polícia Federal referente à operação Pátron, última fase da Lava-Jato no Rio de Janeiro. Messer diz a Myra Athayde nos diálogos interceptados pela PF que uma testemunha de acusação se encontraria com o procurador.

“Sendo que esse Paludo é destinatário de pelo menos parte da propina paga pelos meninos todo o mês.” Os “meninos” seriam Claudio Barbosa e Vinicius Claret, que teriam trabalhado com Messer em operações de lavagem de dinheiro.

Barbosa e Claret disseram em depoimentos ter pago US$ 50 mil por mês ao advogado Antonio Figueiredo Bastos em troca de proteção na Polícia Federal e no Ministério Público. Bastos, que nega qualquer repasse de propina a autoridades, teria advogado para Messer, segundo a reportagem do Uol.

A PF classificou as trocas de mensagens como “graves”, em relatório produzido em outubro. Antes, depois das delações de Barbosa e Claret, a força-tarefa da Lava-Jato abriu uma investigação específica sobre o caso. Messer, ao ser chamado para depor, permaneceu em silêncio.