Dias Toffoli, Haddad e Manuela rebatem aceno de Guedes a novo AI-5 

Diversas personalidade do Poder Judiciário e da política rebateram nesta terça-feira (26) a criminosa fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, em defesa de um novo AI-5 para o Brasil. Expressões como “incompatível com a democracia” e até “governo de covardes” foram usadas em repúdio à posição autoritária do ministro bolsonarista.

Haddad e Manu

“O AI-5 é incompatível com a democracia. Não se constrói o futuro com experiências fracassadas do passado”, afirmou o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, durante o Encontro Nacional do Poder Judiciário, em Maceió.

“Para entender o que significa a nova moda de mencionar o ‘AI 5’ a todo momento, sugiro o livro ‘Brasil Nunca Mais’, coordenado pelo cardeal Dom Paulo Evaristo Arns e outros líderes religiosos. E lembro que a Alemanha até hoje não admite a propaganda do nazismo. Um bom exemplo”, disparou o governador Flávio Dino (PCdoB-MA).

No Twitter, Fernando Haddad (PT), candidato à Presidência nas eleições 2018, foi ainda mais incisivo e tachou a gestão Bolsonaro de “governo de covardes, sob todos os aspectos”. O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) também usou esses termos: “Brasil viveu intensas manifestações de todos os lados nos últimos 40 anos e ninguém falou em AI-5. Agora, exortar o uso da força é recorrente. Antes de tudo, um governo de covardes”.

Candidata a vice na chapa de Haddad, Manuela D’Ávila (PCdoB) foi na mesma linha: “Guedes, o fã de Pinochet, fala em AI5. Bolsonaro, fã de Ustra, envia o excludente de ilicitude para o congresso para ‘evitar mobilizações sociais’. Precisa desenhar o que eles imaginam para o país?”, tuitou Manuela. Na opinião de Jean Wyllys, ex-parlamentar pelo PSOL, a “desgraça” foi anunciada desde as eleições de 2018.

Líder da bancada do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), afirmou que “com democracia não se brinca” e pediu respeito: “Embora o chefe dele seja fã do ditador Augusto Pinochet, o Paulo Guedes precisa saber que não estamos em 1964 e nem no Chile de 1973. Falar de AI-5 como se isso fosse um fato normal da vida política brasileira é uma ofensa à sociedade”.

A provocação de Paulo Guedes caiu mal também na grande imprensa. “O desembaraço com que Paulo Guedes menciona o risco de um novo AI-5 é a tradução fiel de um projeto que se abastece diariamente de sonhos autoritários. Em busca de pretextos para impor sua agenda de repressão, o governo vai ficando cada vez mais confortável para ameaçar os princípios da democracia”, escreveu o colunista Bruno Boghossian, da Folha de S.Paulo.