Bolívia não se rende e vai a luta!

“Todos os povos do mundo que lutaram pela liberdade exterminaram no final a seus tiranos.”
Simón Bolivar

Bolivia
Ainda no calor de uma exitosa e participativa Conferência Estadual do Partido Comunista do Brasil no Rio Grande do Norte (PCdoB) e, assistindo a abertura da decisão da Copa Libertadores das Américas em Lima, capital do Peru entre Flamengo e River Plate que, de forma inusitada, homenageou a luta libertária e anticolonial dos povos da América Latina.

Foi embalado por esse clima envolvente que resolvi "massacrar" o teclado do meu celular com essas mal traçadas e impertinentes linhas que compõem esse texto, precisamente, no momento em que, mais uma vez, a maioria dos povos latinos se insurgem contra a ideologia ultraliberal, dominante no continente, destacadamente o povo boliviano.

Bolívar foi o primeiro nome oficial da Bolívia, dado em homenagem ao líder maior da luta pela sua libertação e independência do jugo da coroa espanhola, Simón Bolívar.

Portanto, os bolivianos tem uma história de lutas que, certamente, continua correndo nas veias e habitando corações e mentes de um povo que tem uma história marcada, também, por golpes militares, traições e massacres perpetrados por uma elite perversa e entreguista.

Com a eleição de Evo Morales essa realidade mudou, a democracia avançou e em 2009 a Bolívia ganhou uma nova Constituição que estabeleceu o estado plurinacional, reconheceu 32 etnias e línguas como oficiais, constituintes da nação e autônomas em seus territórios.

As riquezas foram nacionalizadas – a Bolívia tem imensas reservas de gás natural e 70% das reservas mundiais de lítio que é matéria prima essencial para fazer as baterias de carros elétricos e celulares.

A nacionalização criou as base que possibilitou um ciclo de desenvolvimento que, em média, fez a Bolívia crescer 5% ao ano, o tem sido extremamente importante para elevação da melhorias das condições de vida dos bolivianos, diminuir drasticamente a pobreza e as desigualdades sociais.

De acordo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a pobreza caiu de 60% para 34%, e a extrema pobreza passou de 38% para 15%. O salário mínimo nacional quase dobrou, passando do equivalente a 54 dólares em 2005 para 305 dólares em 2019, subindo do último lugar para o quinto lugar na América Latina e mais:

Analfabetismo 13.0% em 2006 para 2.4%; Redução do desemprego de 9.2% para 4.1% Pobreza moderada de 60.6% para 2.4%; salário mínimo subiu de 60 dólares para 310 dólares e o PIB de 9 bilhões de dólares para 40 bilhões de dólares.

Presentemente, os direitistas golpistas que perderam as eleições para o presidente Evo Morales, legitimamente reeleito pelo povo, em reconhecimento aos êxitos políticos, econômicos, sociais e culturais alcançados pelo seu governo se lançaram numa cruzada golpista.

Incapazes de vencer nas urnas os golpistas decidiram buscar um "atalho" para usurpar o poder e, mais uma vez, tentar impor, com o apoio dos EUA e outros conspiradores, um golpe de Estado para tentar sabotar a democracia e massacrar o povo do país andino.

Nesse momento, os golpistas estão promovendo atos de terrorismo, vandalismo, estupros, prisão de lideranças políticas e sindicais ameaçando, inclusive, prender o presidente Evo Morales.

No entanto, os canalhas pensavam que ia ser muito fácil, bastava ter o apoio do moribundo Trump, do paspalho Bolsonaro, da elite boliviana sempre covarde, da subserviente OEA e, claro, da mídia golpista para derrubar o primeiro índio presidente de toda história da Bolívia com cara, coração e mente de boliviano com ideias progressistas, avançadas, de esquerda.

Pois bem, esqueceram de "combinar" com o povo boliviano que sabe muito bem a diferença entre um governo de esquerda que coloca o ser humano na frente e a política econômica subordinada aos interesses nacionais e da maioria do povo e um governo direitista, neoliberal que só visa o dinheiro acima de qualquer coisa.

E, a exemplo do povo venezuelano, o povo boliviano disse não e está se mobilizando e organizando a resistência nas cidades e no campo para defender a democracia e impedir um golpe que visa, tão somente, usurpar o poder político para entregar as riquezas da Bolívia e massacrar o povo.

Equador, Chile, Argentina, Uruguai, Bolívia, Colômbia… a resistência contra a direita extrema e tradicional e contra o ultraliberalismo cresce na América Latina mas, é preciso ampliar essa luta, fazê-la avançar ainda mais reunindo as forças democráticas mais consequentes para passar da resistência à ofensiva. O Brasil, os brasileiros precisam acordar!

Golpistas não passarão! Bolivar vive! Chávez vive! Fidel vive! Che vive! Avante PCdoB!