Petroleiros denunciam descumprimento de acordo e entram em greve

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) que representa trabalhadores do petróleo de todo o país, em comunicado à imprensa, anuncia greve que se realizará da próxima segunda-feira (25) até a sexta-feira (29). Segundo a FUP, o intuito é alertar a sociedade das demissões e transferências em massa que vêm sendo promovidas pela atual gestão da Petrobras, que estão comprometendo a segurança de seus trabalhadores e da população em geral.

greve petroleiros - Foto: FUP

De acordo com a nota da Federação, a Petrobras descumpre o Acordo Coletivo de Trabalho, que foi mediado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).

"Além de demissões e transferências em massa, a diretoria da Petrobras incluiu metas de segurança, saúde e meio ambiente (SMS) como critérios para pagamento de bônus e concessão de vantagens". Porém, de acordo com o coordenador geral da FUP, José Maria Rangel, as ações ferem as cláusulas 41 e 86 do ACT, que tratam de trabalhadores efetivos, e o parágrafo 9o da cláusula 73 do mesmo acordo, que veda o uso de metas de SMS em avaliações.

“Está havendo um brutal corte de trabalhadores na Petrobras. Nos últimos cinco anos, um em cada quatro trabalhadores efetivos da Petrobrás foi desligado da empresa. Entre os terceirizados, foram dois em três”, alertou Rangel. No total, foram 270 mil trabalhadores que perderam seus postos de trabalho.

Além da redução de pessoal, a Petrobras vem sofrendo um processo de enfraquecimento por parte de sua atual diretoria que pode comprometer ainda mais as suas operações. A venda de ativos em variados segmentos, como campos de petróleo e gás, passando pelo refino e chegando à distribuição, é outro fator de preocupação.

Atividades em prol da sociedade

A paralisação também servirá como ação solidária. A FUP irá mobilizar petroleiros para realizar atividades em prol da sociedade, como doar sangue no Dia Nacional de Doação de Sangue, celebrado nesta segunda-feira (25). Os trabalhadores também vão continuar ajudando na limpeza das praias do Nordeste atingidas por um vazamento de óleo.

“Já estamos sentindo na prática a ausência da atuação da Petrobras, com o desmonte do comitê do plano de ação de incidentes com óleo, por exemplo. Se ele ainda existisse, a contenção desse vazamento no Nordeste teria sido mais ágil e evitado a atual catástrofe”, afirma Rangel.