ONU e UE buscam interceder em crise na Bolívia

Como resultado dos protestos, os alimentos começaram a ser escassos nos mercados populares, o que gerou especulação de preços.

Bolívia

Representantes da Organização das Nações Unidas (ONU) e União Europeia (UE) tentaram neste domingo (17) uma mediação para superar a crise que atravessa a Bolívia, ao mesmo tempo que, produto dos bloqueios e manifestações nas estradas, os alimentos começaram a ser escassos nos mercados populares, o que gerou especulação de preços.

Dada a possibilidade de falta de comida, o governo golpista de Jeanine Áñez enviou um avião para La Paz, para evitar bloqueios, com toneladas de carne bovina e prometeu mais nos próximos dias. Enquanto isso, longas filas de pessoas que procuram comprar comida. Também há uma crescente falta de combustível devido aos bloqueios da via de acesso a uma planta de distribuição, que começou a reduzir o transporte de veículos na capital andina.

Vários grupos camponeses deram 48 horas a Áñez para ela renunciar. O foco principal do conflito estava concentrado em Cochabamba, onde na sexta-feira houve forte repressão ao povo pelo exército e pela polícia, com um total de nove mortos, segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

Enquanto isso, o enviado do Secretário-Geral da ONU, Jean Arnault, iniciou contatos com autoridades governamentais e organizações sociais na tentativa de restaurar a paz. Por seu lado, a UE também ofereceu sua cooperação para realizar novas eleições "credíveis" como uma alternativa para superar a crise.

Enquanto isso, e dada a preocupação expressa pela CIDH por um recente decreto do governo golpista que concede carta branca para a polícia e o Exército, o ministro da presidência golpista Xerxes Justinian disse que o mandato "não é uma licença para matar, apenas define a tarefa das Forças Armadas com base constitucional para garantir a estabilidade do país”.