Márcio Jerry diz que PCdoB quer eleger 60 prefeitos no Maranhão

Em entrevista ao jornal O Imparcial, o deputado federal, líder do PC do B na Câmara, afirmou que o partido pretende sair com candidato próprio na Ilha e em outros municípios.

Por Samartony Martins

Marcio Jerry

Com a aproximação das eleições de 2020 onde serão escolhidos prefeitos e vereadores em todo o estado, o deputado federal, Marcio Jerry, líder do PC do B, na bancada da Congresso Nacional, revelou em entrevista a O Imparcial, de que forma o partido já começou a se articular para eleições de 2020.

Durante o bate-papo, o parlamentar afirmou que o partido pretende eleger 50 a 60 prefeitos; que o partido sairá com candidatura própria em São Luís e possivelmente em Raposa, Paço do Lumiar e São José de Ribamar que integram a Grande Ilha, além de projetar um cenário para as eleições de 2022 que o governador Flávio Dino pode seguir. Márcio Jerry, também falou sobre a libertação do presidente Lula, e que se faz necessário um projeto político para o Brasil que possa proteger a Constituição e a soberania nacional. Confira a entrevista na íntegra.

De que forma o partido vem trabalhando para as eleições de 2020?

Fizemos um processo de conferências municipais como são chamadas as nossas convenções, totalmente para atualizar as diretrizes do partido para as eleições de 2020 em cada um dos municípios do Maranhão, também renovas as direções partidárias, além de eleger delegados que participarão da conferência estadual que ocorrerá nos dias 22 e 23 de novembro aqui em São Luís. Um balanço muito positivo, um partido que mostrou muita vitalidade no Maranhão inteiro.

Fizemos 150 conferências municipais, temos cerca de 40 comitês que não fizeram conferências, mas que estarão presentes na conferência estadual, não fizeram por tramitações burocráticas, que existem. E nós teremos dos outros municípios convidados, que são pessoas, lideranças que não estão no partido, mas que já demonstraram interesse no partido, e que vamos fazer isso na próxima fase em dezembro deste ano ate março do ano que vem. O partido projeta grandes conquistas eleitorais no ano que vem, repetindo a performance muito boa que o partido teve em 2016.

Qual a pretensão do partido para conquistar um número maior de prefeituras com relação às eleições de 2016?

Eu creio que nós vamos ficar entre o patamar de 2016 [que foram 46 prefeituras], e um patamar um pouco superior, a gente não vai decair. A conta mais previsível é que a gente tenha ai em torno de 50 a 60 prefeitos eleitos pelo partido no ano que vem.

Como o PC do B pretende conquistar a prefeitura de São Luís em 2020?

Em São Luís temos dois pré-candidatos a prefeito, o deputado federal Rubens Pereira Jr, atual secretário de Estado de Cidades e o deputado estadual Duarte Jr que são excelentes nomes e preenchem os requisitos partidários. Nós vamos no tempo certo definir qual dos dois vai ser escalado pelo partido para ser o nosso candidato a prefeito. O certo, é que o PC do B terá sim candidato a prefeito em nossa capital São Luís.

Nós lançamos Flávio Dino em 2008 a prefeito de São Luís, fomos ao 2º turno. Em 2012 apoiamos Edivaldo Holanda Jr e vencemos com ele. Em 2016, nós apoiamos novamente Edivaldo Holanda Jr, indicando o vice-prefeito, o professor Júlio Pinheiro. O partido vem em uma crescente aqui em São Luís, ampliando nossos espaços, e é chegada a hora da gente apresentar um nome próprio do partido para a disputa da Prefeitura de São Luís. E vamos aprofundar as discussões agora em novembro e dezembro para ver se em janeiro a gente já tem a definição desse nome.

E como estão as articulações para Raposa, Paço do Lumiar e São José de Ribamar que são municípios que fazem parte da Grande Ilha?

Nestes três municípios da Ilha a situação é a seguinte: na Raposa, a Talita Lacir será nossa candidata a eleição. Em Paço do Lumiar, infelizmente temos um problema, ao qual a nossa prioridade é esperar pela recuperação plena da saúde do companheiro Dutra. Enquantoele não estiver recuperado para dizer qual o rumo a seguir, estamos em estado de “pause”.

Paço do Lumiar é uma cidade importante, mas há esta circunstância superior que é a doença do Domingos Dutra, de modo que a gente não vai dar um passo sem considerar o seu posicionamento. Razão da qual nós mantivemos o Dutra como presidente do partido no município e nós vamos esperar, pois temos muita convicção e fé em Deus e na medicina de que ele possa se recuperar o mais rápido possível e conosco definir esse rumo. Em São José de Ribamar a situação esta indefinida, porque a própria situação de lá, encontra-se dessa maneira e precisa ser organizada. Na próxima semana, a partir de uma conversa que teremos uma conversa com o partido de São José de Ribamar, a partir daí vamos definir um caminho. Nós temos lá um prefeito aliado e vamos conversar para ver a possibilidade de um entendimento nessa cidade que é uma das maiores do estado hoje.

Há possibilidade de você se licenciar do cargo de deputado federal e voltar a compor o governo novamente para que o PC do B tenha êxito nas eleições de 2020?

A previsão normal é de que eu continue com o meu mandato de deputado federal. Esse é o traçado que está em nosso planejamento até o presente momento, mas a política é muito dinâmica. E será algo que depende tão somente de uma ação do governador. A minha vontade é ficar no mandato, mas se houver um chamado do governador para um mandato específico, e ele achar conveniente e necessário estarei cumprindo o objetivo do nosso grupo. Mas a tendência é que eu fique ainda no mandato coordenado as eleições do partido no Maranhão.

Na sua opinião a volta da liberdade do ex-presidente Lula terá algum impacto que pode ter nas eleições de 2020 e também de 2022?

É inegável que o presidente Lula é o maior líder popular do Brasil. E o ativismo político, a militância, a presença dele no país altera muito no cenário político. Altera tanto que fizeram um conluio jurídico para prende-lo para que ele não pudesse disputar as eleições de 2018. Nós temos que pensar um projeto maior que o Lula. Nós vivemos um momento muito difícil no Brasil, na América Latina, golpes aqui no Brasil, na Bolívia, tentativa de golpe na Venezuela, situação tensa no Equador, um clima instável no Chile.

Nós temos uma escala regional problemas graves aqui no Brasil com o aparecimento de uma extrema direita raivosa, violenta com ligações perigosas com milicianos e um conjunto de práticas recorrentemente ilegais. A todo instante a quem queira rasgar a constituição e negar o estado democrático de direito. Isso tudo nos convoca a uma responsabilidade e a busca de uma frente ampla em defesa da Constituição e das leis. E a partir daí que apresente um programa que recupere a capacidade de investimentos do Brasil, a geração de emprego e renda, e que assegure a soberania do país.

Qual o projeto político do PC do B para as eleições de 2022?

O governador Flávio Dino pelo trabalho que ele vem desenvolvendo no Maranhão, ele está credenciado a disputar cargos aqui ou fora daqui. O governador tem sido lembrado como candidato a presidente, o que muito nos honra e orgulha o Maranhão. Ele também tem sido lembrado ao cargo de vice que igualmente nos honra. Pode ser candidato a senador. Pode quem sabe chegar lá na frente e decidir que vai terminar o mandato.

Então o governador Flávio Dino tem vários cenários a sua frente aberto. E quem vai definir esse cenário é a conjuntura política do país e do Maranhão. Uma coisa que é fundamental quando se pensa em 2022 é que a gente possa buscar a constituir uma plataforma e um programa que assegura a legitimidade desse ciclo de mudanças em implementando no Maranhão. Nós não podemos permitir que no Maranhão não haja nenhum retrocesso, nenhum recuo. Quando pensamos em 2022 é na continuidade desse ciclo que o governador Flávio Dino iniciou e que cumpriu até agora parte da primeira metade desse processo de mudanças que o Maranhão precisa.