Comunistas de BH renovam direção e reafirmam projeto eleitoral 

Conferência delibera por Jô Moraes na presidência do comitê municipal para os próximos anos e ratifica nome de Wadson Ribeiro como pré-candidato majoritário para a capital mineira em 2020.

CM BH - CM BH

A 16ª Conferência Municipal do PCdoB de Belo Horizonte foi realizada no último sábado, dia 9, no Teatro da Cidade, situado no centro da Capital.

Com mais de 100 militantes e lideranças credenciadas, os participantes debateram diversos pontos da conjuntura política mundial, nacional e local. A mesa de abertura foi encabeçada pelo então presidente do CM, da sua gestão cessante, Zito Vieira que procedeu à leitura do regimento que foi aprovado por unanimidade pelos presentes.

Zito chamou à composição da mesa lideranças representativas (entre juventude, mulheres, sindicalistas, estudantes e demais dirigentes) para o debate inicial, que se desenvolveu a partir da intervenção do comunista André Tokarski, secretário nacional de juventude do PCdoB.

Tokarski destacou  as dificuldades que a democracia brasileira enfrenta, na sua institucionalidade, e que a libertação do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, no dia anterior, tinha um grande significado para a retomada da democracia, uma vez que o STF reconheceu a supremacia dos preceitos constitucionais sobre interesses pessoais de determinados grupos sociais. Grupos, esses, que vêm se utilizado do aparato da chamada Operação Lava-Jato para manipular a opinião pública e descumprir de forma escancarada a Constituição da República . “(O julgamento do STF no dia 07 de novembro) Foi uma derrota clara da Lava-Jato. Essa grande ferramenta, em verdade, de destruição do Estado Nacional e da democracia e que provocou boa parte dessa crise política e social que vivenciamos no Brasil hoje. O próprio Bolsonaro já registrou que sem o Moro e a Operação Lava-Jato ele não seria eleito. A Lava-Jato colocou em prática a instrumentalização do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal nesse grande objetivo político que foi impôr o Estado de Exceção no nosso país. E a condenação e prisão do Lula estavam nesse marco de arbitrariedades. A reposição da liberdade do ex-presidente não representa a reconquista da democracia mas é um passo importante. É um fato importante para a conjuntura política nacional e  também internacional”

Com relação aos 300 dias da gestão Bolsonaro, Tokarski ressalta que “podemos destacar desses 300 dias é que estamos em um governo antidemocrático, que rejeita o diálogo com a população, com os sindicatos, com a sociedade civil organizada. Um governo anti-nacional, que quer vender os interesses e as riquezas do país, e de caráter regressivo. De retirada dos direitos sociais”.

A importância do crescimento do PCdoB também foi salientada: “Precisamos lançar candidatos à prefeitura das principais cidades do país. Pois é uma necessidade. Temos um ‘encontro marcado’ com a cláusula de barreira em 2022. O primeiro tempo dessa batalha são as eleições de 2020. É necessário projetarmos lideranças, PCdoB tem que apresentar sua legenda, o 65, com as pré-candidaturas a prefeitos e reforçar suas bancadas nos legislativos municipais”.

Wadson Ribeiro, presidente do PCdoB Minas Gerais, tomou a palavra logo em seguida e deu continuidade ao debate. Para Wadson, a incorporação do Partido Pátria Livre representou muito no sentido do crescimento partidário. Somamos hoje, com os egressos do PPL, muitos quadros valiosos, comprometidos em dar consequência às deliberações partidárias.

Para Ribeiro, que endossou a análise nacional, temos aqui em Minas também o desafio de enfrentar o Governo Romeu Zema. “Precisamos nos levantar contra o desmonte do Estado de Minas Gerais. Temos que estar atentos a isso. O que Zema quer fazer aqui é muito similar ao que o governo federal anda fazendo. A venda do nosso patrimônio e o desmonte das políticas sociais do estado”.

Por fim, Wadson ressaltou a importância das nossas conferências municipais e o caráter de unidade  que perpassa todas elas rumo à 18ª Conferência Estadual do PCdoB Minas, que será realizada no dia 23 de novembro.

Após debatido e aprovado o documento municipal, bem como o projeto político para 2020, a conferência elegeu uma nova direção para o partido na capital de Minas Gerais, com Jô Moraes à frente, na presidência. A conferência também referendou Wadson Ribeiro como pré-candidato às eleições majoritárias em Belo Horizonte.

Lideranças e militantes saíram com ânimo renovado para as diversas lutas que enfrentaremos pelos próximos anos.