Eduardo Bolsonaro é repudiado por Centrais Sindicais por defender AI5
As centrais sindicais criticaram, em nota divulgada nesta quinta-feira (31), as novas declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, que acenou com “um novo A1-5” contra as esquerdas e o povo.
Publicado 31/10/2019 19:49

A nota assinada por todos as centrais sindicais chama de "covarde e irresponsável" a fala do deputado Bolsonaro, que defendeu a volta do AI5 – instrumento de repressão poítica usado pela ditadura militar – caso os movimentos sociais sigam o exemplo do povo chileno e realizaem manifestações para contestar mdedidas do governo. Os sindicalistas lembram que os trabalhadores foram vítimas do regime militar e defendem que o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados apure e puna a conduta do deputado de extrema-direita.
Leia abaixo a íntegra da nota:
O movimento sindical brasileiro repudia as declarações ameaçadoras do líder do governo na Câmara Federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), em que advoga um novo AI-5 para reprimir as forças do campo democrático, popular e as lutas sociais.
A fala covarde e irresponsável do filho do Presidente da República é mais uma “cortina de fumaça” utilizada pra tentar abafar as relações nada republicanas da família Bolsonaro com as milícias.
Convém lembrar que o Ato Institucional número 5 foi instituído no final de 1968 pelo general Artur da Costa e Silva com o propósito de perseguir e calar as organizações e personalidades que faziam oposição ao regime militar.
O mais duro ato imposto pela ditadura abriu caminho para o fechamento do Congresso Nacional, suspensão de quaisquer garantias constitucionais, cassação de mandatos, intervenção nos sindicatos, prisões , assassinatos e tortura de opositores.
O regime instituído em 1964 pelos militares, através de um golpe apoiado pelos EUA e o empresariado, foi derrotado pelo povo brasileiro em 1985 na sequência da maior campanha política registrada na história brasileira. A conquista da democracia no Brasil demandou o sacrifício de inúmeros brasileiros e brasileiras.
A classe trabalhadora e seus representantes foram as principais vítimas do regime militar e não medirão esforços para defender as liberdades democráticas contra os arroubos reacionários do deputado da extrema direita e outros membros do Clã Bolsonaro.
As centrais sindicais apoiam a abertura de processo no Conselho de Ética da Câmara Federal para apurar a conduta inconstitucional do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e aplicar as punições cabíveis.
Sérgio Nobre – Presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
Miguel Torres – Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah – Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
Adilson Araújo – Presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Antonio Neto – Presidente da CSB (Central dos Sindicatos do Brasil)
José Calixto – Presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)
Edson Carneiro Índio – Secretário Geral da Intersindical
Atenágoras Lopes – presidente da CSP-CONLUTAS
Emanuel Melato – coordenador da Intersindical Instrumento de Luta