Bolsonaro pode acabar com o salário mínimo, avalia senador Paim

A pretensão do governo Bolsonaro de suspender a indexação do salário mínimo e retirar do texto constitucional a obrigatoriedade de o valor do salário mínimo ser corrigido pela variação da inflação pode levar à extinção mais essa conquista dos trabalhadores.

Paulo Paim - Roque de Sá/Agência Senado

É o que avalia o senador Paulo Paim (PT-RS) ao fazer umas contas básicas. “O governo já acabou com a política do salário-mínimo (inflação + PIB). Agora quer tirar a inflação. Daqui a pouco, ele vai deixar de existir”, diz.

“Cerca de 100 milhões dependem dele. Aonde vamos chegar? Na miséria total, na fome coletiva, em mais desemprego. Isso é atacar privilégios?”, questionou Paim.

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou, em agosto desse ano, relatório da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2020 com a previsão de salário mínimo de R$ 1.040, sem o chamado aumento real, política de reajuste criada pelo ex-presidente Lula baseada na inflação do ano anterior mais um aumento com base na variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.

“Se não fosse essa política que nos fez chegar ao salário mínimo atual de 998 reais, o salário atual seria de 573 reais”, alertou o senador, durante audiência pública da Comissão de Direitos Humanos (CDH), realizada em maio deste ano, e debateu a manutenção da política de ganho real do salário mínimo.