Portugal: Festa do Avante tem início com mobilização política e música

Discurso de abertura e concerto sinfônico estiveram entre os destaques da primeira noite do evento. Secretário geral do PCP falou dos desafios dos comunistas para as eleições legislativas de outubro

Festa do Avante

“Assim se vê a força do PC”, gritaram os militantes de partidos comunistas de vários países, no começo da noite desta sexta-feira (6), na plateia do ato de abertura da Festa do Avante, maior celebração da esquerda europeia, realizada anualmente em Portugal, pelo Partido Comunista Português. A 43a edição do evento teve início com o tradicional comício do Espaço Central, na Quinta do Atalaia, Amora-Seixal, ao sul de Lisboa. Quem falou aos militantes foi o secretário geral do PCP, Jeronimo de Souza.

“Admirável construção esta, do nosso partido, em um espaço de convívio fraterno e solidário”, disse. Jerónimo lembrou que o Avante mostra a mobilização necessária do PCP para as próximas eleições legislativas do país, marcadas para o próximo dia seis de outubro.

Em 2015, os comunistas tiveram resultado insatisfatório no pleito para a Assembleia da República, o parlamento do país. Mais do que um momento de celebração, a Festa do Avante é também uma demonstração de força e organização da Coligação Democrática Unitária, bloco formado em Portugal pelo PCP e pelo Partido Ecologista (PEV).

“Temos a exigência de saber se vamos confirmar e avançar ou voltar para trás. Temos a exigência de construção de uma política alternativa de esquerda para dar resposta aos problemas que ainda existem no país”, declarou o secretário geral. Apesar de colaborar com o atual governo de Portugal, os comunistas são críticos a algumas posições do executivo dirigindo pelo primeiro-ministro Antonio Costa, do Partido Socialista.

Em sua fala na Abertura do Avante, Jerónimo disse que a disputa na atual conjuntura do governo é contra a influência e poder do capital. Afirmou que os direitos adquiridos nos últimos anos – que levaram Portugal à melhoria de seus indicadores humanos – ainda são limitados e não podem ser colocados em risco.

Algumas das reivindicações dos comunistas no país, atualmente, são creches gratuitas para todas as crianças até os três anos, a melhoria das condições de trabalho em Portugal, o aumento geral de salários e o direito à habitação. Temas que serão debatidos também ao longo da festa neste sábado e no domingo.

Após a abertura oficial, a música tomou conta de todos os sete palcos do Avante. Um dos destaques, sempre muito aguardado, foi o concerto sinfônico, no espaço 25 de Abril. A sinfonietta de Lisboa, o maestro Vasco Pearce de Azevedo, o pianista Antonio Rosado e o Trio Adamastor apresentaram repertório baseado no percurso do romantismo ao modernismo.

Saiba mais sobre a Festa do Avante aqui (https://www.festadoavante.pcp.pt/2019/)