Nova potência tecnológica, China é líder em 5G e dita padrões mundiais

A quinta geração de telecomunicações sem fio, ou 5G, é o ponto mais sensível na guerra comercial entre Estados Unidos e China. Depois da reunião do G-20, Donald Trump aceitou levantar o embargo contra vendas de bens tecnológicos americanos à chinesa Huawei, líder mundial em 5G. Há pouco, porém, que possa fazer para evitar a disseminação da tecnologia chinesa.

Além de multiplicar por 20 a velocidade de transmissão de dados nos smartphones, o 5G fornecerá a infraestrutura a inovações como carros autônomos e controles digitais por inteligência artificial. “O país que dominar o 5G liderará várias dessas inovações e estabelecerá os padrões para o restante do mundo”, afirma um relatório do Departamento de Defesa (DoD) americano. “É hoje improvável que tal país seja os EUA.”

O motivo é técnico. Mais de uma década atrás, quando surgiu o 4G, os americanos foram os pioneiros na faixa de espectro depois adotada no mundo todo – e as empresas americanas consolidaram seu domínio dos mercados. Agora, a China tenta repetir a mesma estratégia. Será a primeira a estrear serviços 5G, já em 2020.

A tecnologia chinesa é mais eficiente por operar numa banda que permite maior propagação de sinal com menos antenas, a “sub-6” (inferior a 6GHz). Nos Estados Unidos, essa banda é reservada a militares e ao governo. Os americanos priorizam outra faixa, a milimétrica (acima de 24 Ghz).

No primeiro leilão 5G previsto para 2020 no Brasil, estavam previstas de início apenas faixas sub-6, depois foi incluída também uma milimétrica. Na maioria dos países, os leilões 5G adotaram como prioridade as bandas sub-6, dominadas pela Huawei.

“À medida que o 5G se disseminar nessa faixa do espectro, os serviços e equipamentos chineses tendem a se tornar dominantes, mesmo que sejam excluídos dos Estados Unidos”, afirma o relatório do Departamento de Defesa.

Com informações da Agência Estado