Assessor de Flávio Bolsonaro enaltece milícias em grupo de WhatsApp

O funcionário comissionado Marcelo Antonio Siqueira, auxiliar parlamentar pleno do gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PSL), aparece no grupo de WhatsApp de assessores do Senado engrandecendo as atividades das milícias do Rio de Janeiro.

Flávio Bolsonaro (Foto: Reprodução)

A conversa foi motivada após um dos integrantes do grupo questionarem os 39 quilos de drogas apreendidas com um militar da comitiva presidencial na Espanha. “E não eram as universidades que estavam cheias de drogas?”, indagou o participante.

Em reposta Marcelo Siqueira escreveu: “As universidades em geral estão todas umas drogas…as públicas então…um abraço do PCC, CV, 3º Comando, etc!!!”.

“Tipo milícia do Rio de Janeiro?”, questionou outro participante. “Vixi! Faltaram as milícias não é?”, escreveu outro integrante do grupo.

“As milícias de uma forma em geral enfrentam o tráfico de drogas que o Estado deveria se impor mas que muitas vezes é omisso!!! Miliciano não se mistura com traficantes!!!”, respondeu Siqueira.

A opinião do assessor não se distancia do que pensa o assessorado. Em 2007, o então deputado estadual Flávio Bolsonaro, em discurso na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) afirmava:

“A milícia nada mais é do que um conjunto de policiais, militares ou não, regidos por uma certa hierarquia e disciplina, buscando, sem dúvida, expurgar do seio da comunidade o que há de pior: os criminosos… Eu não me importaria em pagar R$ 30,00 ou R$ 40,00 para ter mais segurança, para não ver meus filhos aliciados por traficantes… Façam consultas populares na comunidade do Rio das Pedras, na própria favela do Batan”.

Além das movimentações suspeitas de R$ 1,2 milhão em seu gabinete, Flávio Bolsonaro é investigado pelo envolvimento com milícias. Os prédios que desabaram em Rio das Pedras foram construídos pela milícia liderada por Ronald Paulo Alves Pereira.

Em 2004, o major foi homenageado por Flávio Bolsonaro com uma moção de louvor na Alerj.