Cartunista que desenhou Trump junto a pai e filha mortos é demitido 

O cartunista canadino Michael de Adder anunciou em sua conta no Twitter que foi dispensado de todos os meios de comunicação que trabalhava após desenhar uma charge utilizando uma imagem forte do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, jogando golfe próximo aos corpos de Oscar e Valéria, pai e filha salvadorenhos que morreram afogados tentando atravessar o Rio Grande, fronteira natural entre o México e os EUA.

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A imagem contém ainda a seguinte frase: “Importam-se que continue o jogo?”, pergunta o presidente dos EUA. Porém, segundo o cartunista, a imagem nem chegou a ser publicada. Michael foi dispensado de vários jornais norte-americanos e canadianos depois de ter divulgado o polêmico cartoon nas redes sociais. Pelas redes sociais o cartunista diz que não faz papel de vítima, sublinhando que teve uma carreira de sucesso, vai publicar um livro em setembro, no qual estarão reunidos suas melhoras charges.

A imagem de um pai e sua filha bebê mortos à margem do rio tentando chegar aos EUA rodou a internet e expõe o drama migratório sofrido e as rígidas políticas de migração norte-americana e mexicana. Após a repercussão da tragédia, Donald Trump se limitou a dizer que se existisse um muro naquela fronteira as duas mortes teriam sido evitadas. "Se tivéssemos as paredes erguidas, e se o fizéssemos de uma forma dura, o pai e a linda filha que se afogara… Se eles achassem que era difícil entrar, eles não viriam. Tantas vidas seriam salvas", opinou o presidente.