Assessores do Ministro do Turismo de Bolsonaro são presos

Mais denúncias de corrupção envolvendo o Ministro do Turismo do governo Bolsonaro, Marcelo Álvaro Antônio, repercutiu nesta semana e ele pode ser o próximo a perder o cargo. Na quinta-feira (27) foram presos Mateus Von Rondon, Robertinho Soares e Haissander de Paula. Rondon era assessor especial do ministro e, os outros dois, além de ex-assessores de seu gabinete, coordenaram campanhas para o Congresso, em Minas Gerais, apontadas como laranjas durante as eleições de 2018 pela Polícia Federal.

Ministro do Turismo de Jair Bolsonaro. - Pedro Ladeira/Folha

Todos do Partido Social Liberal, o PSL, de Jair Bolsonaro.

A Polícia Federal realizou a operação em Brasília e em Minas Gerais. Essa foi a segunda fase da operação Sufrágio Ostentação. O inquérito foi aberto pela PF em fevereiro. Antes, as investigações serão conduzidas pela PF-MG (Polícia Federal de Minas Gerais).

Denúncias contra o ministro vieram à tona em fevereiro deste ano, as informações foram divulgadas pela Folha de S.Paulo que apontou os detalhes do esquema. Para "receber" os recursos do Fundo Partidário destinados às candidaturas femininas, o ministro que era presidente do PSL em Minas Gerais, administrava um esquema no qual as mulheres se candidatavam para preencher a cota feminina do partido, mas desviavam para ele o recurso recebido.   

Segundo a acusação, o ministro indicou ao comando nacional do PSL e repassou R$ 279 mil para as candidatas Lilian Bernardino, Milla Fernandes, Débora Gomes e Naftali Tamar. De acordo com a Folha de S. Paulo, do dinheiro repassado, ao menos R$ 85.000 foram para as contas de quatro empresas de conhecidos ou parentes de Marcelo.

Em 19 de fevereiro, Cleuzenir Barbosa, candidata a deputada estadual em 2018, confirmou ao jornal que existiu 1 esquema de lavagem de dinheiro no diretório mineiro do PSL e disse que o Marcelo Álvaro Antônio sabia da atividade ilegal.

Em viagem internacional, o presidente Jair Bolsonaro comentou com a imprensa que conversou com o ministro da Justiça Sérgio Moro e que mesmo com todas as acusações, o ministro do Turismo continua no cargo "até segunda-feira".