Venezuela frustra golpe dos EUA para assassinar Maduro 

O governo venezuelano assegurou nesta quarta-feira (26) ter desbaratado um plano de golpe de Estado, que incluía o assassinato do presidente Nicolás Maduro e a proclamação de um general da reserva como chefe de Estado. “Estivemos em todas as reuniões para planejar o golpe de Estado, estivemos em todas as conferências”, disse o ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez.

Maduro

Segundo ele, houve infiltrados no complô, que envolvia oficiais da ativa e da reserva e devia ter sido executado entre o domingo e a segunda-feira passadas. Ao menos seis dos envolvidos estão detidos, acrescentou Rodríguez em discurso na TV, apresentando o depoimento de um deles – o tenente Carlos Saavedra – e gravações de videoconferência em que a tentativa foi feita.

Quatro dos soldados foram presos na sexta-feira passada, de acordo com o que o líder da oposição golpista, Juan Guaidó, declarou na terça-feira, sem detalhar as razões. Além deles, Guaidó mencionou outro militar e dois comissários da polícia científica. Conforme Saavedra, ele era sobrinho do general da reserva Ramón Antonio Lozada Saavedra, que foi preso na quarta-feira no estado de Barinas por agentes da inteligência.

De acordo com o ministro, com o depoimento de Saavedra e com as conferências, o plano incluiu a tomada de três destacamentos – como a base aérea La Carlota em Caracas – e a fuga do ex-general Raul Baduel para proclamá-lo presidente do país. “É um golpe de estado militar contra Guaidó ou contra o presidente Nicolás Maduro?" ironizou Rodriguez, criticando o líder da oposição, que se proclamou presidente em 23 de janeiro e é reconhecido por 50 países.

Baduel foi ministro da Defesa do ex-presidente Hugo Chávez (1999-2013) e foi rebaixado por Maduro em 2018 junto com o general Antonio Rivero, que teria liderado a conspiração. Rodríguez disse, ainda, que Estados Unidos, Colômbia e Chile se uniram para executar o suposto plano, que previa levar Baduel de helicóptero para território colombiano caso a estratégia fracassasse.

"Até quando, Iván Duque?!”, disse o ministro, mencionando também o presidente chileno, Sebastián Piñera, e o conselheiro de Segurança Nacional americano, John Bolton. “Já chega de planejar golpes militares, assassinatos do presidente.”

Rodríguez também acusou o ex-chefe de Inteligência venezuelano Cristopher Figuera, que se encontra nos Estados Unidos, de receber "centenas de milhões de dólares" para apoiar a tentativa de golpe militar contra Maduro. Figuera "se revelou um mercenário (…) e cobrou centenas de milhões de dólares" para libertar o líder opositor Leopoldo López, que estava em prisão domiciliar, afirmou o ministro da Comunicação.

Segundo Rodríguez, Figuera também cobrou para libertar o ex-chefe policial Iván Simonovis, que cumpria em casa uma pena de 30 anos por dois assassinatos ocorridos durante a tentativa de golpe de Estado contra o finado presidente Hugo Chávez, em 2002.

Da Redação, com informações da AFP