Afastamento de Paulo Henrique Amorim é ataque a liberdade de expressão

Deputados da bancada do PCdoB na Câmara dos Deputados veem motivação política no afastamento do jornalista da TV Record Paulo Henrique Amorim da bancada de apresentadores do “Domingo Espetacular”. Após 15 anos na função, ele estaria próximo de ser demitido por causa das constantes críticas que faz a Bolsonaro e ao ministro (Justiça) Sérgio Moro.

Por Iram Alfaia

Paulo Henrique Amorim

“Toda a solidariedade ao grande jornalista e colega Paulo Henrique Amorim neste momento em que é afastado de seu programa na Record por pressões políticas. A liberdade de imprensa vive um de seus piores momentos no Brasil”, publicou no Twitter nesta terça-feira (25) a deputada Jandira Fghali (PCdoB-RJ), líder da Minoria na Câmara dos Deputados.

A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) sugere que Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) inicie um levantamento para verificar essa situação nas redações de jornais, rádios e tevês.

“Vão vendo, senhores e senhoras jornalistas, que falta não faz a liberdade de expressão! Que tal a Abraji já iniciar um levantamento de quantos jornalista estão sendo desalojados ou advertidos, nos rádios, tvs e jornais escritos, desde que iniciou o governo Bolsonaro?”, escreveu nas redes sociais.

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) diz que o afastamento do jornalista das suas funções por fazer oposição ao governo Bolsonaro demonstra que estamos vivendo tempos de ataques à democracia e à liberdade de imprensa. “Vamos continuar lutando por um país livre e democrático”, disse.

“Minha solidariedade ao jornalista Paulo Henrique Amorim, afastado de seu trabalho por razões políticas. No Brasil de 2019, há preso político e perseguição à liberdade de imprensa. É dever lutar pela democracia e contra o Estado de exceção que busca se impor”, comentou também o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).

A onda de perseguição não está poupando nem jornalista outrora mais próximos. É o caso do historiador Marco Antonio Villa, que foi afastado da rádio Jovem Pan. Ele era conhecido pelas suas posições direitistas.

Após criticar Bolsonaro, a apresentadora Raquel Scheherazade, do SBT, também foi ameaçada pelo patrocinador dono das Lojas Havan, Luciano Hang, que pediu sua cabeça diretamente ao dono da emissora, Silvio Santos.