Desmonte do BNDES: mais um ataque ao Brasil

 O BNDES é uma empresa pública federal cujo objetivo principal é o financiamento de longo prazo com juros baixos, para todos os segmentos da economia.

Por Aluisio Arruda*

BNDES

Criado em 1952, no segundo governo do presidente Getúlio Vargas, teve papel fundamental na industrialização do Brasil, bem como em todos os governos, com grande ênfase no governo Lula que ampliou seus recursos e financiamentos para empresas brasileiras.

Todos os países buscam o desenvolvimento possuem seus bancos destinado a este fim, a exemplo do Banco Europeu de Investimentos (BEI), da União Europeia, e do Banco do BRICS da China. O BNDES já serviu inclusive de modelo para Obama, ex- presidente dos EUA, criar um banco de desenvolvimento para financiar exportações das empresas do país.

E porque agora Bolsonaro quer desmontar o BNDES?

Primeiro, assim como Temer, obrigou o banco a devolver os recursos cedidos da União, e agora, para matar de vez, retira suas principais fontes de recursos do PIS, PASEP e do FAT (fundo dos trabalhadores). O presidente Joaquim Levy nomeado pelo atua governo, que vinha se contrapondo a Paulo Guedes pela não retirada dos recursos do banco, após duro e indelicado recado de Bolsonaro, pediu demissão.

Bolsonaro e Paulo Guedes não estão nem ai. Na campanha, não apresentaram plano de governo e nem debateram suas propostas porque sabiam que poderiam ser derrotados, mas nos porões vinham alinhavando suas medidas cruéis, eleito e empossado, trataram de organizar sua implementação. Querem o mais rápido possível, enquanto ainda tem certo apoio popular, implantar a sua política ortodoxa, ultraliberal, de estado mínimo, seguindo a teoria do grande mestre do liberalismo Adam Smith, que fundamentou que a “mão invisível do mercado” é que deve orientar a economia e gerar o desenvolvimento.

O plano maquiavélico que chamam de “equilíbrio fiscal” para zerar o déficit público, de cortar gastos, não atingiu os setores privilegiados, os bancos, que faturam fortunas, não atacam os juros altos, não taxa grandes agiotas ou rentistas, nem as grandes fortunas. Como vampiros, foram com muita violência sobre os direitos conquistados em décadas pelos trabalhadores. Por isso querem aprovar na marra a reforma da Previdência, fazem cortes drásticos na educação, desmontam o BNDES, impõem a todo vapor a privatização das empresas brasileiras, incluindo as estratégicas. Na verdade, o objetivo é privatizar tudo, em todos os setores. Querem o mais rápido possível arrancar todos os benefícios que o estado tem o dever de garantir aos seus cidadãos. O estado mínimo que querem deve servir apenas para recolher nossos impostos, e garantir o pagamento da dívida pública aos agiotas.

Bolsonaro, Paulo Guedes, e sua equipe, incluindo os generais do núcleo duro do governo, não admitem que ninguém atrapalhe seus planos, quem fizer a mínima oposição ganha o olho da rua. Têm muita pressa, por isso ameaçam o Congresso, oferecem todas ou mais vantagens da chamada velha política e tratam com estupidez, rancor e ódio qualquer opositor, partidos de oposição, a imprensa que ousa ser independente; jornalistas, pessoas, entidades, até manifestações populares expressivas, para o governo são inimigos do que mentirosamente chamam de “Pátria Amada”.

Assim como outros governantes que tentaram impor a política ortodoxa, neo, ou ultraliberal, e que fracassou em todos os países como na Grécia, na Espanha, no México, na Argentina com Macri, aqui no Brasil com FHC e Temer, com certeza Bolsonaro terá muita resistência e será derrotado. Parcelas do povo brasileiro pode temporariamente ser iludido, mas rapidamente vai se aglutinando com os bravos brasileiros curtidos em muitas batalhas na defesa dos verdadeiros ideais da democracia, dos direitos inalienáveis do povo e do nosso imenso e rico Brasil.